O novo boletim Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quarta-feira (1°) mostra que a covid-19 já responde por 59,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com diagnóstico positivo para algum tipo de vírus respiratório. Assim, os pesquisadores alertam para tendência de aumento dos casos da doença nas últimas quatro semanas. É a terceira semana consecutiva que a covid-19 predomina entre os casos de SRAG. Entre os pacientes que morreram em decorrência da síndrome, 91,1% testaram positivo para covid-19.
Nos demais casos de SRAG, 4% foram de Influenza A, 0,4% de Influenza B, 25,1% do vírus sincicial respiratório (VSR). Entre os óbitos, a presença desses vírus entre os resultados positivos foi de 1,6% para influenza A; 0%, influenza B; 4,1%, VSR.
Nesse sentido, o boletim destaca que a curva nacional dos casos de SRAG mantêm indícios de crescimento nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazos (últimas três semanas). Assim, a Fiocruz estimou em cerca de 7,2 mil os casos de síndrome respiratória grave entre os dias 22 e 28 de maio.
“Os dados laboratoriais e por faixa etária mantém o alerta de que o cenário de crescimento atual é decorrente de aumento nos casos de Covid-19. No Rio Grande do Sul, em particular, tem se observado aumento também nos casos positivos para Influenza em diversas faixas etárias”, destaca o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Neste ano, em todo o país, foram notificados 147.683 casos de SRAG. Desse total, 48,9% deram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. E a covid-19 responde por 83,2% desses resultados.
Por região
Assim, são 20 unidades federativas que apresentaram crescimento na tendência de longo prazo. Apenas Espírito Santo, Mato Grosso, Tocantins, Sergipe, Pernambuco, Piauí e Maranhão não tiveram aumento nos casos de SRAG.
Além disso, 19 das 27 capitais têm sinais de crescimento dos casos de SRAG no longo prazo: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, plano piloto e arredores em Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Manaus, Natal, Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Covid-19 no Brasil
O Brasil registrou hoje 125 mortes e 40.979 casos de covid-19 nas últimas 24 horas. O estados do Acre e do Amapá não divulgaram seus dados. Ainda assim, a média móvel de casos calculada em sete dias, que ficou em 30.488, voltou a subir. Desse modo, é o maior índice desde 26 de março. Em um mês, o crescimento da média de casos foi de 103%. Já a média móvel de óbitos, que ficou em 109, permanece estável. Ao todo, desde o início da pandemia, o Brasil tem 666.801 óbitos e cerca de 31 milhões de casos da doença confirmados oficialmente.
Capital paulista recomenda a volta das máscaras
Assim como o governo de São Paulo, a prefeitura da capital também voltou a recomendar o uso de máscaras contra a covid-19 em ambientes fechados. O uso do equipamento segue obrigatório em unidades de saúde e no transportes coletivos, como ônibus, trens e metrô.
De acordo com o comitê de enfrentamento à covid-19 da cidade, a recomendação para o retorno das máscaras se deu em função do aumento na positividade dos testes rápidos antígenos (TRAs) para a doença. De 24 a 30 de abril a taxa de positividade foi de 4%, enquanto em 30 de maio, saltou para 18%.
“Além do uso da máscara, é importante que a população complete o seu ciclo vacinal. Tanto para o primeiro ciclo quanto para as doses de reforço”, afirmou o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco. Em todo o estado, cerca de 10 milhões de pessoas ainda estão com dose de reforço em atraso.
Em Araraquara, no interior paulista, a prefeitura foi além, e resolveu determinar o uso obrigatório de máscaras em locais fechados e em ambientes abertos com aglomeração. A medida, que passou a valer a partir de hoje, também se deve à alta dos casos. Somente em maio, a cidade registrou 7.865 casos de covid-19, aumento de 400% em relação ao mês anterior.