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Depois de um mês, Rússia volta a atacar bairros de Kiev com mísseis

Os ataques foram realizados neste domingo (5) na Ucrânia e Putin faz novo alerta aos ocidentais

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Horas depois do bombardeio, o presidente russo Vladimir Putin declarou que irá realizar novos ataques caso a Ucrânia continue recebendo armas do Ocidente - Mikhail Metzel / Sputnik / AFP

Neste domingo (5), mísseis disparados por aviões russos TU-95 do mar Cáspio atingiram dois bairros de Kiev, Darnytsky e Dniprovsky, na Ucrânia. O último bombardeio russo contra a capital ucraniana havia sido registrado em 28 de abril. 

De acordo com as autoridades ucranianas, os mísseis atingiram uma instalação de reparo de vagões de trens e ferido uma pessoa.  

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, no entanto, afirmou que os mísseis teriam destruído tanques T-72 e "blindados fornecidos por países do leste europeu à Ucrânia".  

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"Mísseis de alta precisão e longo alcance disparados pelas forças aeroespaciais russas contra a periferia de Kiev destruíram tanques T-72 fornecidos por países do leste da Europa e outros veículos blindados que estavam nos galpões de uma empresa de manutenção de vagões", disse o porta-voz. 

Segundo o diretor da estrutura ferroviária ucraniana, Oleksandr Kamichin, quatro mísseis atingiram a instalação, mas negou que no local houvesse tanques e blindados. Em entrevista à AFP, disse que "o alvo russo é a economia e a população civil".  

Horas depois do bombardeio, o presidente russo Vladimir Putin declarou que irá realizar novos ataques caso a Ucrânia continue recebendo armas do Ocidente. Caso contrário, "tiraremos as conclusões apropriadas e usaremos nossas armas (...) para atacar alvos que não atingimos até agora", afirmou Putin.  

Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enviou lançadores de mísseis de médio alcance para a Ucrânia. A Espanha também deve fornecer mísseis antiaéreos e tanques do modelo Leopard ao país, segundo o jornal El País.  

Combates no leste  

Nas últimas semanas, a Rússia concentrou os ataques no território ucraniano de Severodonetsk, no Donbass. A cidade é a última da região de Lugansk, de maioria étnica russa, que a Ucrânia ainda mantém um certo controle.  

"Os russos controlavam cerca de 70% da cidade, mas, durante os últimos dias, foram repelidos; agora, Severodonetsk está dividida em dois", afirmou o governador da região de Lugansk, Sergei Gaidai. 

O governador ainda afirmou que o general russo Alexander Dvornikov "estabeleceu uma meta: entre agora e 10 de junho tomar Severodonetsk completamente ou controlar a rota Lyssytchansk-Bajmut", abrindo caminho para a capital ucraniana de Donetsk, Kramatorsk. "Todas as forças (russas) estão concentradas nessas duas tarefas", disse. 

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A Rússia, no entanto, informou que as forças militares ucranianas estavam se retirando do local "depois de terem sofrido perdas críticas durante os combates (até 90% em várias unidades)". 

Papa Francisco faz apelo 

Um dia antes do ataque a mísseis, no sábado (4), o Papa Francisco pediu por "negociações reais" diante da "perigosa escalada do conflito".  

"Em plena destruição e morte, e enquanto crescem os enfrentamentos, alimentando uma escalada cada vez mais perigosa, renovo o meu chamado aos dirigentes das nações [Rússia e Ucrânia]: por favor, não conduzam a humanidade até a destruição", pediu o sacerdote.

Edição: Marina Duarte de Souza