O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), nomeou nesta segunda-feira (6) a médica ginecologista Lucilene Maria Florêncio de Queiroz para assumir o cargo de secretária de Saúde do DF. A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial do DF.
Florêncio entrou no lugar do general Manoel Pafiadache, que ficou no cargo por cerca de 10 meses. Segundo o próprio governador, o agora ex-secretário foi quem pediu para se afastar. Esta é a quinta troca no comando da pasta desde o início da gestão Ibaneis. A área de saúde tem sido o principal foco de escândalos e problemas neste governo.
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Antes de assumir, a nova secretária era vice-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), entidade que administra alguns hospitais públicos da capital, incluindo o Hospital de Base, maior unidade de emergências do DF.
A mudança ocorre no momento em que o DF enfrenta um crescimento dos casos de covid-19. Há quase um mês, a taxa de transmissão da doença começou a disparar. Segundo o boletim epidemiológico desta segunda-feira (6), a taxa de transmissão (Rt) fechou em 1,47, cenário em que 100 pessoas transmitem para outras 147. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que taxas acima de 1 significam descontrole e expansão da pandemia.
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No acumulado de infecções, foram notificados 12,2 mil novos casos da doença na semana passada, uma média de 2,4 mil casos por dia. E nesta segunda, o número de novos casos atingiu 6,6 mil registros.
Por causa do aumento do número de casos, entidades da sociedade civil, especialistas e órgãos públicos têm cobrado a adoção de novas medidas por parte do governo local para conter esse aumento. Na última quinta-feira (2), um ofício interno da própria Secretaria de Saúde do DF cobrou o retorno do uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados da capital do país. A medida, no entanto, está completamente descartada pelo governador Ibaneis Rocha. "Para decidir se teremos a obrigatoriedade do uso das máscaras é necessário avaliar o conjunto de informações: infecção, internação e óbitos. Por enquanto a medida não é necessária", disse o mandatário em postagem nas redes sociais.
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Foco de escândalos
A saúde tem sido o principal foco de escândalos e problemas do governo Ibaneis. Na semana passada, uma nova operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) foi deflagrada para apurar crimes em contratos do Iges-DF. Em março deste ano, uma outra operação havia sido iniciada para apurar irregularidades em contrato que teria sido superfaturado em R$ 33 milhões para serviços de informática do mesmo instituto, durante a gestão do ex-secretário de Saúde Francisco Araújo.
Em setembro de 2021, outra operação do MPDFT começou a apurar irregularidades na contratação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para covid-19 pelo instituto.
Em agosto de 2020, Francisco Araújo, ainda no cargo de secretário de Saúde do DF, foi preso durante a Operação Falso Negativo, também deflagrada pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Ele ficou mais de 20 dias encarcerado. A investigação abarcou ilicitudes na aquisição de testes rápidos para detecção da covid-19 para a rede pública de saúde local, com conexões com a empresa de medicamentos Precisa, que está sendo investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado Federal.
Em março deste 2021, no auge da segunda onda da pandemia, os hospitais do DF viveram cenas de guerra, com pacientes sendo atendidos na recepção e corpos deixados no chão das unidades até serem removidos. Na época, foi preciso até convocar dentistas da rede pública para prestar assistência.
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Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino