Para o deputado e candidato a primeiro-ministro Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa), as eleições parlamentares da França, que ocorrem em dois turnos, em 12 e 19 de junho, poderão ser um "terceiro turno" após o próprio Mélenchon ficar de fora da rodada final das eleições presidenciais francesas, que deu a reeleição a Emmanuel Macron. Caso uma força política contrária ao presidente conquiste maioria no Parlamento, o país terá o que chama de "coabitação", algo que não ocorre desde 2002.
O primeiro turno das eleições parlamentares acontecem no dia 12 de junho. Caso um candidato ao legislativo consiga mais de 50% dos votos dentro de um quórum mínimo de 25% do total dos votantes registrados no distrito, ele já está eleito, mas este é um feito incomum. Se isso não ocorrer, os dois mais votados de cada um dos 577 distritos da França disputam um segundo turno no dia 19 de junho.
Como voto no país é distrital, as pesquisas de opinião têm dificuldade em prever os resultados, mas os indícios não são bons para o atual governo.
A França Insubmissa, o Partido Socialista, o Partido Comunista Francês, a Europa Ecologia - Os Verdes decidiram unir forças para disputar o Legislativo. Unidos sob a Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes), a coligação pode conseguir entre 195 e 230 cadeiras na Assembleia Nacional Francesa. Levantamento anterior previa 170 a 205 cadeiras, o que indica um crescimento da legenda.
A mesma pesquisa da Ifop aponta que a coligação de Macron deve levar entre 250 a 290 cadeiras, sendo que levantamento anterior previa entre 275 a 310 parlamentares. A cifra é inferior ao Parlamento que o presidente conseguiu eleger em seu primeiro mandato em 2017, quando sua coalizão conseguiu 356 cadeiras.
Na França, são necessários 289 parlamentares para construir uma maioria.
Apesar de Marine Le Pen ter disputado o segundo turno presidencial nas eleições presidenciais tanto de 2017 quanto de 2022, seu partido deve conseguir 20 a 45 cadeiras, segundo a mesma pesquisa da Ifop. Concorrendo com sua legenda de extrema direita, o Reagrupamento Nacional, Le Pen teve 13,28 milhões de votos no segundo turno das últimas eleições, sendo a escolha de 41,45% dos eleitores que participaram do pleito, contra 58,55% de Macron.
Em seu programa de governo, a Nupes defende considerar vínculos com plataformas digitais como Uber como status empregatício, aumentar o salário mínimo, investir no transporte público e parar de conceder subsídios aos combustíveis fósseis, entre outras medidas.
Edição: Arturo Hartmann