Motoristas e cobradores de ônibus confirmaram na noite desta segunda-feira (13) a realização de uma greve na capital paulista. A paralisação foi confirmada após o fracasso de uma reunião de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) entre os representantes dos trabalhadores, do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo (Sindmotoristas), e o Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss).
A prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio municipal de veículos e os carros com placas de finais 3 e 4 podem circular hoje. Durante a madrugada desta terça, 46 linhas de 150 operaram normalmente, de acordo com a SPTrans, responsável pela gestão do sistema de transporte público por ônibus na cidade. Desde as 4h, a operação em todas as garagens dos grupos estrutural e de articulação regional foi interrompida, ainda segundo a companhia.
Os trabalhadores da categoria reivindicam reajuste salarial de 12,4%, índice referente à reposição de perdas baseado no INPC/IBGE, entre outros pontos como 100% das horas extras, fim da hora de almoço não remunerada e PLR. O TRT concedeu liminar à SPTrans determinando garantia da circulação de ao menos 80% do efetivo nos horários de pico (entre 6h e 9h e das 16h às 19h) e de 60% nos demais períodos. Em caso de descumprimento, foi fixada pelo tribunal uma multa diária de R$ 50 mil.
Segundo o sindicato da categoria, que tem data-base em 1º de maio, as negociações acontecem desde março. "A princípio, o setor patronal insistiu em oferecer apenas 10% de reajuste e ainda de modo parcelado. Agora, ofereceram os 12,47%, mas apenas a partir de outubro, o que é inadmissível", apontou o presidente do Sindmotoristas, Valmir Santana da Paz.
O julgamento do dissídio da greve ficou agendado para esta quarta-feira (15), às 15h.
Edição: Glauco Faria