Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo suspenderam a greve iniciada nesta terça-feira (14), depois de acordo entre o sindicato dos trabalhadores (Sindmotoristas) e as empresas. Segundo os sindicalistas, o setor patronal aceitou a principal reivindicação: aplicar o reajuste de 12,47% retroativo à data-base (1º de maio). A proposta anterior previa esse aumento apenas em outubro.
A paralisação durou aproximadamente 15 horas. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) havia marcado para amanhã (15) o julgamento do dissídio coletivo, que já foi suspenso.
Pendências
“Com o reajuste garantido, debateremos outras questões que ainda estão pendentes, como o fim do horário de almoço não remunerado, PLR (participação nos lucros ou resultados) e o pagamento de 100% das horas extras”, disse o presidente do Sindmotoristas, Valmir Santana da Paz, o Sorriso. “Tais assuntos deverão ser debatidos em até cinco dias úteis. Na semana que vem, teremos aspendências concluídas”, acrescentou.
O índice conquistado pelos motoristas e cobradores de São Paulo corresponde à variação do INPC em 12 meses, até abril. Os 12,47% deverão ser aplicados também no tíquete-refeição. O dia parado não será descontado.
Dia de protestos
No dia em que o Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central inicia mais uma reunião, representantes de centrais sindicais organizaram protesto diante da sede do BC em São Paulo, na avenida Paulista.
A manifestação era contra, além dos juros altos, o aumento da inflação, que prejudica principalmente as famílias de menor poder aquisitivo. Os integrantes do Copom se reúnem até amanhã à noite, quando será anunciado o resultado.
A taxa básica de juros, a Selic, teve 10 aumentos seguidos. Saiu de 2% para 12,75% ao ano, maior nível desde 2017. A inflação oficial, medida pelo IPCA-IBGE, está acumulada em 11,73%.
Durante o ato de hoje na Paulista, sindicalistas distribuíram pipocas, com o mote de que o governo está “pipocando” no combate a problemas como desemprego, fome e inflação. Participaram do ato integrantes da CTB, CUT, Nova Central, Força Sindical e UGT.
Ato Eletrobrás
Grupos contrários à privatização da Eletrobrás realizaram um protesto na manhã desta terça-feira em frente ao prédio da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Entre os manifestantes estavam lideranças de movimentos de trabalhadores sem teto, atingidos por barragens e petroleiros. Os manifestantes também apontaram os efeitos da privatização em um potencial aumento da conta de luz.
O ato também teve críticas ao presidente Jair Bolsonaro, que oficializou a passagem do controle da empresa de energia elétrica para o setor privado.
Trata-se da maior oferta de ações na Bolsa brasileira desde a megacapitalização da Petrobras, realizada em 2010, e que movimentou 120 bilhões reais. Prometida desde 2020, a Eletrobrás será a primeira grande estatal de controle direto da União a ser privatizada pelo atual governo.
Confira as principais notícias desta terça (14/06), no áudio acima.
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