Apesar de ter reiniciado as aulas presenciais na última segunda-feira (13), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) poderá enfrentar uma greve a partir do próximo dia 27 de junho. O anuncio foi feito pela professora e presidenta regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-RS), Magali Mendes de Menezes, durante entrevista coletiva.
O motivo da coletiva foi denunciar os cortes de verba para as universidades e Institutos Federais que vem sendo feitos gradativamente pelo governo federal. Segundo Magali, nesta terça-feira (14) haverá uma marcha em Brasília que reunirá representantes de todas as universidades e Institutos Federais do país. Durante a tarde, houve uma assembleia geral de mobilização para a homologação do indicativo da greve.
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Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Técnico-administrativos da UFRGS (Assufrgs), Gabriel de Freitas Focking, mais recentemente a universidade anunciou um corte de 14% nas verbas. O governo federal bloqueou mais de R$1,5 bilhões em verbas para as Instituições Federais de Ensino — para a UFRGS isso representa R$ 13 milhões a menos no caixa até dezembro.
Durante a coletiva, que também teve a participação de servidores burocráticos, terceirizados e estudantes, ninguém soube dizer o total dos cortes até agora. A coordenadora do Diretório Central de Estudantes (DCE) e representante da União Nacional de Estudantes no Rio Grande do Sul (UNE/RS) e membro do Conselho Universitário, Sara Domingues falou sobre os cortes.
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Ele explicou as dificuldades dos estudantes durante a pandemia e denunciou as restrições às bolsas de estudo de trabalho e ao acesso ao Restaurante Universitário (RU). Atualmente o acesso ao RU é feito somente através de agendamento, deixando de fora do serviço de alimentação cerca de 25 mil estudantes diariamente. Segundo ela, as bolsas de estudo de trabalho, que eram de um salário mínimo quando este atingia R$ 400,00, continua a valer R$ 400,00, enquanto o salário mínimo atualmente é de R$1.212,00.
Magali disse que a Reitoria da UFRGS não repassa os dados orçamentários nem mesmo para o Conselho Universitário, fazendo sigilo de algo que deveria ser transparente. Ele explicou que a maioria das universidades já denunciou o corte de verbas anunciando que deverão funcionar somente até agosto deste ano, depois terão que suspender novamente as aulas por falta de recursos.
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Terceirizados são os primeiros a sofrer
O dirigente da Assufrgs explicou que o quadro de terceirizados é sempre o primeiro a sentir os cortes. "Esta é uma estratégia já adotada durante a pandemia. Este é o setor com maior facilidade para demissões", disse Gabriel. Sara Domingues contou que na Faculdade de Arquitetura, antes da pandemia, trabalhavam no setor da limpeza dois servidores terceirizados por andar. Em seguida foram cortados para um para cada dois andares e atualmente é um para limpar o prédio inteiro. Além disso esses servidores sofrem assédio moral constantemente.
Adriana Cunha, presidente da Associação de Trabalhadores Terceirizados da UFRGS, contou como eles enxergam os cortes de verba. Disse que a Reitoria não tem dialogo nenhum com os terceirizados e que os cortes começam serem percebidos na falta de materiais para trabalhar, EPIs, produtos de limpeza e em seguida vão para o pessoal. “Os primeiros que sofrem com os cortes são os do trabalho mais sofrido. As pessoas são oprimidas e tem um medo constante de perder o seu emprego”, relatou.
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O Brasil de Fato RS fez contato com a assessoria de imprensa da Reitoria da UFRGS e o espaço está aberto para o seu posicionamento.
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Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira