BASTA DE VIOLÊNCIA

Opinião | Feminicídios: Rio Grande do Sul é um dos estados mais violentos do Brasil

É necessário mais campanhas de prevenção e mais investimento em políticas públicas destinadas às mulheres

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Ato em defesa da vida das mulheres da Assembleia Legislativa destacou que ocorrem dois feminicídios por semana, em média, no RS - Foto: Christiano Ercolani

Hoje o Rio Grande do Sul é um dos estados mais violentos do Brasil, com uma média de dois feminicídios por semana. Também está entre os primeiros no quesito de violência doméstica, seja física ou psicológico, contra suas mulheres. 

No último dia 8, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (Alergs) promoveu um Ato Solene “Pela Vida das Mulheres”, em conjunto com a participação dos espaços institucionais, da Procuradoria da Mulher da ALERGS e de entidades civis.

O lançamento desta campanha teve por objetivo conscientizar a população gaúcha em relação aos números crescentes de violência contra a mulher, através dos alarmantes dados que foram levantados e apresentados pelo Dossiê 2021/2022, da “Força Tarefa de Combate aos Feminicídios do RS”, que atua em 22 municípios gaúchos.

E também dos dados trazidos pelo “Levante Feminista”, que apresentaram os principais diagnósticos causadores da atual situação da violência e dos feminicídios contra a mulher no nosso estado.

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Este momento que vivemos no RS em relação aos números estatísticos em crescente aumento da violência contra a mulher e, por consequência, o aumento dos feminicídios, antes e pós-pandemia, nos remete ao estado de alerta para a importância da mudança deste aculturamento machista gaúcho, como quebra de paradigma, atuando diretamente na educação nas escolas públicas, através de campanhas de prevenção.

Necessitamos também de uma rede de proteção à mulher realmente eficaz e interligada com os demais órgãos competentes, para além da polícia, proporcionando mais abrigos a mulheres e seus filhos, que tenham sofrido violência e não tenham para onde ir, visando assim um atendimento interdisciplinar mais complexo.

Na Câmara Municipal de Porto Alegre, temos a Frente Parlamentar “Homens pelo fim da Violência contra a mulher”, parceria esta criada através da Frente Parlamentar Estadual, impulsionada pelo movimento ElesPorElas (HeForShe), criado pela ONU Mulheres, que tem como meta um esforço global para envolver homens e meninos na remoção de barreiras sociais e culturais que impedem a ascensão de mulheres em atingir o seu potencial.

Em Porto Alegre, temos também o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CONDIM), que completou 27 anos de atuação, e recentemente empossou seus novos integrantes, agora em 30 de maio de 2022, atuando nas políticas públicas para mulheres. 

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Se faz necessário mais campanhas publicitárias de prevenção contra a violência contra a mulher e mais investimento em políticas públicas destinadas às mulheres. Bem como o trabalho em parceria com o Judiciário e a rede para agilizar o tramite processual, para que se possa oferecer segurança e a integridade física às mulheres do RS.

* Vanessa Goulart é assistente social e assessora do Vereador Oliboni (PT).

* Acir Luís Paloschi é filósofo, pedagogo, pós-graduado em violência doméstica, líder comunitário e assessor do vereador Oliboni.

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora e do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira