Em mais uma etapa de sua passagem pelo Nordeste o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou na manhã desta sexta-feira (17) com representantes e ativistas da cultura em Alagoas, para ouvir propostas para o setor, que foi ferozmente atacado pelo governo de Jair Bolsonaro. Ele criticou o atual presidente e discorreu sobre o significado da cultura, desde o ponto de vista histórico até o econômico. Lula afirmou ter decidido que em todos os estados que visitar vai fazer uma reunião com os artistas.
“Não imaginei que existisse alguém com tamanha ignorância que não soubesse a importância da cultura na formação de uma nação”, disse, em alusão a Bolsonaro. O pré-candidato à presidência da República reafirmou que a cultura é fundamental não apenas na formação de um povo, mas também do ponto de vista histórico e econômico. “Só um ignorante não sabe o significado da indústria da Cultura, na geração de emprego, de salário, de renda.”
Lula disse que, se ganhar a eleição, pretende promover em 2023 uma “grande” conferência nacional sobre cultura. “Para que a gente decida que o investimento em cultura não é gasto, é investimento, que tem retorno econômico e financeiro.”
Ele criticou os políticos que, em época de eleição, prometem “o novo” e se esquecem da própria realidade em que vivem. “Como você pode pensar o novo, se o que está na tua cara você não sabe usar?”, questionou. Segundo Lula, o medo que as elites têm da cultura “é porque ela é revolucionária, pode mexer com a cabeça de milhões de pessoas”.
Monopólio cultural
De acordo com o petista, esse é um dos motivos pelos quais a verdadeira cultura é boicotada pelos monopólios de comunicação. “Quanto espaço diário tem a cultura de Alagoas nas TVs de Alagoas?”, quis saber. Após um militante responder “zero”, Lula emendou: “Tem zero aqui, zero nos outros estados. Porque é o monopólio da comunicação. Por que não se pode produzir três horas de programação regional?”, citou como exemplo
O ex-presidente declarou também estar disposto “a fazer uma revolução cultural”. “Não vamos queimar livros, vamos distribuir mais livros. Tentar fazer menos coronha de rifle, menos gatilho de pistola e fazer mais livro didático para formar a juventude e valorizar a arte popular”.
Frente democrática
No contexto cultural-político, ele falou também sobre a importância da frente democrática para vencer Bolsonaro. Uma das razões pelas quais foi conversar com o ex-governador Geraldo Alckmin – explicou – deve-se ao fato de ter aprendido um ensinamento: “a gente não deve gostar apenas das pessoas que pensam como nós. É preciso aprender a viver com os diferentes”, disse Lula. Ele acrescentou que aprendeu tal lição de Paulo Freire: “É preciso juntar os divergentes para poder derrotar os antagônicos. E é por isso estamos construindo essa aliança”.
Disse ainda que a frente de lideranças para conquistar o Palácio do Planalto é formada por pessoas que têm uma coisa em comum: “Não podemos deixar o país continuar sendo governado por um genocida. Um cara que não sabe utilizar a palavra solidariedade, que não sabe utilizar a palavra fraternidade, que não sabe utilizar a palavra amor”.
Confira as principais notícias desta sexta (17/06), no áudio acima.
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