ELAS SIM!

Venezuela recebe 1ª Brigada Feminista Internacional com mulheres de 20 países

Objetivo do encontro é trocar experiências de organização comunitária com mulheres venezuelanas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Cerca de 80% das lideranças de organizações comunitárias na Venezuela são mulheres - Cristian Hernández / AFP

Mulheres dos cinco continentes se reúnem em Caracas na I Brigada Feminista Internacional Alexandra Kollontai, que começa nesta sexta (17) e vai até 27 de junho. O objetivo do encontro é trocar experiências sobre a organização comunitária de mulheres e o feminismo popular.

São 29 mulheres de 20 países, entre eles Cuba, EUA, Palestina e África do Sul, que viajarão por cinco estados venezuelanos conhecendo comunas e outras organizações populares dirigidas por mulheres. 

"Entendemos que a missão fundamental dessa Brigada será debater sobre o conceito do feminismo popular revolucionário, porque entendemos que o feminismo também é um espaço de luta em disputa. Portanto queremos encontrar-nos com mulheres que constroem organizações territoriais na Venezuela, em defesa da soberania, dignidade e apostando por um feminismo de caráter socialista", afirma Laura Franco, uma das organizadoras do evento.


A Brigada Internacional Feminista se reúne na Universidade Experimental de Cátia, zona oeste de Caracas, Venezuela / Ceyrali

Franco destaca como desde a ascensão de Hugo Chávez como presidente e agora com o governo de Nicolás Maduro, o processo de transformações sociais na Venezuela, chamado Revolução Bolivariana, tem um caráter feminista.

"A Revolução Bolivariana tem rosto de mulher. Elas ocupam os principais postos de condução do poder popular na Venezuela. O imperialismo estadunidense identifica que é a mulher venezuelana o motor e a base social de apoio da Revolução, por isso tenta com uma série de ataques desmoralizar, despolitizar e desanimar as mulheres acreditando que assim poderia concretizar os planos de derrubada do governo. O que demonstramos é que isso não vai acontecer", afirma a militante feminista venezuelana.

Desde 2015, a Venezuela sofre um bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos que gera um prejuízo anual estimado em US$ 30 bilhões e provocou a retração de 60% do Produto Interno Bruto do país em seis anos.

O evento é promovido pela Assembleia Internacional dos Povos, o Instituto Simón Bolívar para a Paz e Solidariedade e faz parte do programa de formação feminista "Manuela Sáenz".

O nome da Brigada Internacional busca homenagear os 150 anos de Alexandra Kollontai, quem foi comissária do povo para o bem-estar social (espécie de ministra) durante a União Soviética. Em 1917, foi a primeira embaixadora soviética, em 1924, na Noruega, e é uma referência mundial do feminismo socialista.

Edição: Thales Schmidt