Neste domingo

Parada LGBTQIA+ volta às ruas de SP depois de dois anos com o tema “voto com orgulho”

Organização espera 3,5 milhões de pessoas na primeira edição presencial do evento desde 2019

São Paulo (SP) |
Paradas LGBTQIA+ são espaços de festa, mas também de reivindicação de direitos
Paradas LGBTQIA+ são espaços de festa, mas também de reivindicação de direitos - Foto: Paulo Pinto / FotosPublicas

Depois de dois anos com atividades online, a Parada LGBTQIA+ de São Paulo volta às ruas nesse domingo (19), na Avenida Paulista. Com o tema "Vote com Orgulho - Por uma Política que Representa", a 26ª edição do evento deve contar com a participação de 3,5 milhões de pessoas, segundo a organização. 

O tema deste ano foi escolhido de maneira coletiva, por militantes e ONGs que atuam com a temática LGBTQIA+. "Tivemos três reuniões que convergiram para esse tema", afirma Renato Viterbo, vice-presidente da Parada LGBT+ de São Paulo.  

O objetivo é fazer com que as pessoas reflitam sobre o voto e possam escolher candidatos comprometidos com a causa LGTBQIA+, sem perder de vista as outras injustiças da sociedade. “Estamos com um governo que destruiu políticas públicas e desconstruiu toda a história que o Brasil tinha fora do país”, diz Viterbo. “Isso não foi apenas com as políticas LGBTQIA+, mas para todas as pessoas. Estamos falando de uma questão de sobrevivência.” 

Outro objetivo da Parada deste ano é dialogar com os jovens e mostrar a importância da manutenção da democracia. “A juventude, que tem a força para mudar o país, tem que estar atenta para o quanto a democracia é importante”, explica. “Passamos por períodos sombrios e a democracia é algo muito recente, que está ameaçada o tempo todo”. 

Festa política 

NA Parada LGBT+ é encarada por muitos como uma grande festa, mas, se por um lado o evento é de fato uma grande celebração, é sobretudo um ato político. “As paradas do Brasil, dos interiores, são muito importantes porque constroem políticas públicas em suas cidades”, explica Viterbo.  

“A Parada de São Paulo discutiu os principais temas e direitos da população LGBTQIA+. Em 2005, a gente falava da parceria civil, e só conseguimos esse direito, pelo Judiciário, em 2013”, lembra. Outros direitos que já foram abordados pela Parada foram a criminalização da homofobia e o uso do nome social, que também foram conquistados ao longo dos anos.  

“Isso mostra que a gente está no caminho certo. A parada tem essa função de festa sim, levamos nossa pauta e celebramos o orgulho de sermos quem somos”. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho