LONGA DATA

Lula diz que Eduardo Suplicy deveria ganhar Prêmio Nobel por atuação no combate à fome

“Se o Suplicy não fosse brasileiro, ele teria ganhado o Prêmio Nobel umas dez vezes", afirmou Lula, em evento em SP

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Ex-presidente afagou Suplicy após intervenção em entrevista coletiva da campanha presidencial - Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma homenagem ao ex-senador e atual vereador paulistano Eduardo Suplicy, que interrompeu uma reunião da campanha, nesta terça-feira (21), com cobranças ao partido e ao ex-ministro Alozio Mercadante.

“Se o Suplicy não fosse brasileiro, se fosse de outro país, a dedicação dele nesses 40 anos de querer o renda básica, teria ganhado um Prêmio Nobel umas dez vezes. Como ele é brasileiro, e nós nunca ganhamos, nem os nossos mais importantes escritores ganharam, a gente vai aguardar para ver”, disse Lula.

“Eu acho, Eduardo, que a gente tem que saber o seguinte: se tem um cara que tem o reconhecimento do nosso partido e, eu acho que o reconhecimento da sociedade brasileira com esse tema (combate à fome), é você. E por isso eu quero parabenizar o Mercadante e a equipe por terem colocado aqui a questão da renda básica. E, se deus quiser, haveremos de implantá-la no país”, afirmou o ex-presidente.

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Na mesma data em que completa 81 anos, Suplicy entregou um papel com sua proposta de renda básica de cidadania que, segundo ele, não estaria considerada na elaboração de documento da pré-candidatura encabeçada pelo PT ao Planalto. O tema, no entanto, consta explicitamente em uma das mais de 120 propostas do documento. Clique aqui e faça o download da íntegra.

"A proposta não foi considerada, infelizmente, entreguei por e-mail há dez dias e não foi considerada ainda, aprovada por todos os partidos e sancionada pelo presidente Lula. Está no programa do PT há anos. Ele [Mercadante] tem alguma coisa comigo, não me convidou para a reunião! Mas hoje estou aqui", disse Suplicy, em sua intervenção.

"Quando a gente fala em combater a fome, não entramos nos detalhes, quais são as propostas, têm menções genéricas. Em momento oportuno será discutido", respondeu Mercadante, citando a diretriz número 20, que trata do tema.

“Um programa que, orientado por princípios de cobertura crescente, baseados em patamares adequados de renda, viabilizará a transição por etapas, no rumo de um sistema universal e uma renda básica de cidadania”, diz o documento.

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Diretrizes programáticas

A campanha de Lula e Alckmin divulgou, em evento realizado nesta manhã), novas diretrizes de seu futuro programa de governo. O documento lista 121 pontos que são considerados essenciais para a "reconstrução do Brasil".

As propostas focam majoritariamente a recuperação econômica de forma sustentável e o desenvolvimento social. O texto afirma que a política econômica vigente é a principal responsável pela decomposição das condições de vida da população, da instabilidade e dos retrocessos na produção e no consumo.

O documento é a nova versão de um esboço enviado aos partidos no início de junho. À época, o texto continha uma lista de 90 pontos. Além da inclusão de novos itens, a redação de algumas propostas foi alterada por representantes dos outros partidos que compõem a chapa presidencial além do PT (PV, PSB, PCdoB, PSOL, Rede e Solidariedade).

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Plataforma de participação

No evento desta terça, também foi apresentada a plataforma virtual, que irá dar espaço, segundo a campanha, à "mais ampla participação popular na construção do programa de governo". Intitulado "Juntos pelo Brasil", o ambiente virtual, que ficará aberto por cerca de 30 dias, é o próximo passo para a construção do programa de governo.

A ferramenta permite o envio de sugestões, bem como a realização de debates, fóruns, discussão e consultas, em um amplo envolvimento da sociedade civil. Segundo a chapa, haverá ainda um canal de organização para envolver a participação dos comitês populares e organizações dos movimentos populares.

"Em paralelo a isso, serão aberta mesas de diálogo para avançar no debate com entidades nacionais que já se articularam para encaminhar propostas ao plano de governo e aprofundar as formulações", afirma nota da chapa presidencial.

Edição: Rodrigo Durão Coelho