A análise e produção de políticas públicas na saúde também deve receber aperfeiçoamentos
A Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Fiocruz/BA), por meio do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), inaugurou o primeiro datacenter voltado para dados administrativos e de saúde do Brasil, no início de junho.
“O datacenter aumenta nossa capacidade de absorver novos projetos de pesquisa e dá mais agilidade aos projetos em curso”, afirma o coordenador do Cidacs, Mauricio Barreto. Atualmente, as pesquisas vinculadas ao Cidacs investigam o impacto de políticas sociais e de saúde na população com parcerias nacionais e internacionais.
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Com a nova plataforma, segundo Roberto Carreiro, responsável pela Plataforma de Dados do Cidacs, será possível “acelerar os processos de integração de dados e, ao mesmo tempo, suportar um número maior de estudos vinculadas aos diversos projetos do centro”, com segurança, velocidade e estabilidade.
Carreiro explica que “os principais dados analisados pelo Cidacs, e agora no seu novo datacenter que amplia esta capacidade, são de saúde sociais do sistema de informação de âmbito nacional. Entre esses dados estão os do sistema de nascidos vivos, óbitos, internamentos, agravos de notificação compulsória, como tuberculose, hanseníase e dengue, e de programas sociais, por exemplo, de transferência de renda, Minha Casa Minha Vida, cisternas, entre outros”.
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O pesquisador explica que o desenvolvimento da nova tecnologia permitirá, inclusive, acelerar a análise de dados de bases nacionais, como a base do Sistema Único de Saúde (SUS), que demanda um manejo complexo dos dados. Com isso, a análise e produção de políticas públicas na saúde também deve receber aperfeiçoamentos.
“Assim a melhoria do SUS se dá principalmente em três âmbitos: na produção de evidencias para manejar uma determinada condição de saúde e sua prevenção, como tuberculose e hanseníase; na avaliação do impacto das políticas sociais e de saúde na melhoria da saúde da população; e ajudar no aprimoramento do próprio SUS, avaliando os resultados obtidos e contribuindo para a consolidação e ajuste de políticas e programas de saúde”, explica Carreiro.
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Maria Yury Ichihara, vice-coordenadora do Cidacs, também lembra que o trabalho em cima de bases de dados de outros programas também deve ser aprimorado. “Poderemos vincular novas bases de dados de programas sociais, como Criança Feliz, Censo Escolar ou da Relação Anual de Informações Sociais e aprofundar a análise de determinantes sociais e impactos de políticas em eventos de saúde em extratos populacionais e eventos raros”, diz.
De acordo com a Fiocruz, o Cidacs, inaugurado em dezembro de 2016, permite “uma produção científica ágil, robusta e capaz de alcançar evidências científicas em proporções inéditas rapidamente e com custos baixos”. Hoje, 28 projetos e 22 subprojetos estão em desenvolvimento no centro. Entre os parceiros estão pesquisadores do Reino Unido, Estados Unidos, Áustria, Chile, Equador e Argentina.
O datacenter recebeu financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates.
Edição: Vivian Virissimo