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Após barrar privatização, trabalhadores dos Correios se organizam para a campanha salarial

Representantes dos trabalhadores afirmam que parte do lucro recorde de 2021 foi obtido por meio da redução de direitos

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Categoria lembra que governo retirou direitos nas últimas negociações - Fernando Frazão/Agência Brasil

Os trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) se preparam para mais uma campanha salarial – a data-base é 1º de agosto. Com reuniões já agendadas, eles se mobilizam com a perspectiva de ter barrado, pelo menos neste momento, a privatização da companhia. O Projeto de Lei (PL) 591 não andou no Senado e agora aguarda relator na Comissão de Assuntos Econômicos.

Os sindicatos e federações da categoria (Fentect e Findect) lembram que as campanhas dos últimos anos foram marcadas por constante redução de direitos, com a maior parte das cláusulas suprimida da convenção coletiva. Enquanto isso, apenas em 2021 os Correios tiveram lucro de R$ 3,7 bilhões. Também no ano passado, a Justiça do Trabalho fixou reajuste salarial abaixo da inflação.

A Findect, por exemplo, tem uma primeira reunião prevista para a próxima sexta-feira (1º). A federação e sindicatos filiados reivindicam reposição pelo INPC e aumento real no valor de R$ 300, entre outros itens, além de retorno “de todas as cláusulas roubadas” no atual governo.

“A categoria ecetista foi submetida nos últimos anos a constantes ataques aos seus direitos, resultado deste governo maluco, irresponsável e que prioriza privatizações e entrega do patrimônio público”, afirma a entidade.

Já a Fentect começou a discutir a participação nos lucros ou resultados (PLR), mas logo na primeira reunião seus representantes foram informados que o exercício de 2021, de lucro recorde, não entraria na pauta, apenas o deste ano.

“Toda a comissão foi surpreendida com esta informação, pois mais uma vez a direção da empresa age de forma contrária aos interesses dos trabalhadores. A direção da empresa tenta dar um calote nos trabalhadores ecetistas e ignora nosso direito na participação de lucro que foi construído sobre a retirada de direitos dos nossos trabalhadores e trabalhadoras”, reagiu a federação.