Nesta quinta-feira (30), a Câmara Municipal de Curitiba entregará o título de cidadão honorário para Sergio Moro, ex-ministro do governo Bolsonaro, ex-juiz declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato e que busca atualmente viabilizar uma pré-candidatura a algum cargo eletivo pelo União Brasil.
A homenagem foi aprovada em 2016, por sugestão do ex-vereador Chico do Uberaba, com apenas um único voto contrário, da vereadora Professora Josete (PT). Cinco anos depois, o vereador Sabino Picolo – do mesmo partido de Moro – tomou a iniciativa de fazer essa entrega. Diferente de outras cidadanias honorárias, o local escolhido não foi o plenário em sessão solene, mas sim a sala da presidência.
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Para Professora Josete, os fatos envolvendo Sergio Moro nos últimos anos comprovam como seu voto contrário à homenagem foi coerente e que o ex-juiz não é digno de receber a principal honraria do município.
“É absurda essa entrega de cidadania para uma pessoa que cometeu crimes contra a democracia, que agiu com parcialidade nos processos da Lava Jato contra o ex-presidente Lula e que depois foi ministro deste governo genocida”, comenta.
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A parcialidade citada por Josete foi comprovada pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, que também apontou que os direitos políticos de Lula foram violados em 2018.
Atualmente, Moro é réu em ação popular aceita pela Justiça Federal do Distrito Federal por ilegalidades praticadas no processo da Lava Jato, além de prejuízos causados à economia brasileira. A ação foi impetrada por deputados federais do PT.
“Moro é réu e precisa explicar os prejuízos que causou ao povo brasileiro, causou sérios danos à economia brasileira. Ele não pode ficar impune”, destaca Josete.
O ex-juiz e ex-ministro também é investigado por possível fraude na tentativa de mudar seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo e, recentemente, a Justiça de Curitiba determinou que ele retirasse do ar um vídeo de campanha. A juíza Ana Lúcia Ferreira entendeu que houve uso indevido da imagem de um músico de Curitiba e determinou que a peça fosse retirada das redes sociais de Moro.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lia Bianchini