Na última segunda-feira (27), o Youtube suspendeu por sete dias o canal da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) por violar diretrizes da empresa. A medida ocorreu após o deputado Douglas Garcia (Republicanos) exibir, durante atividade parlamentar, o documentário "Lockdown, uma história de desinformação e poder".
O documentário nega a pandemia e afirma que a expansão do coronavírus atendia a um desejo da indústria farmacêutica em lucrar. Por isso, a produção critica o uso de máscaras e o lockdown, adotado no Brasil como medida para conter o avanço da Covid-19.
Para o Youtube, a produção exibida pelo deputado bolsonarista propaga "informações médicas incorretas" e, por isso, o canal foi suspenso. Com a medida, a Alesp ficou impedida de publicar novos vídeos na plataforma e de transmitir ao vivo as audiências públicas, reuniões de comissões e sessões no plenário.
Um exemplo se deu na última quarta-feira (29), quando a Alesp não pode transmitir em seu canal a sessão que culminou na aprovação do PL 277/2022, conhecido como "PL da Grilagem", que na prática entrega terras públicas ao agronegócio. Isso porque institui o Programa Estadual de Regularização de Terras, autorizando o governo estadual a regularizar terras públicas ocupadas acima de 15 módulos.
Nas rede sociais, Garcia criticou a plataforma. "O legislativo paulista não pode ficar de joelhos diante deste ataque à democracia promovido pelo YouTube! Simplesmente censuraram o canal da maior Assembleia Legislativa da América Latina."
Em nota, a Alesp informou que solicitou ao Youtube a reconsideração da medida. O Google, dono da plataforma, afirmou que "todos os conteúdos precisam seguir nossas Diretrizes de Comunidade. Além de uma combinação de inteligência de máquina e revisores humanos, também contamos com denúncias de usuários para identificar materiais com conteúdo suspeito e manter a comunidade da plataforma segura".
Edição: Nicolau Soares