A semana da corrida eleitoral foi marcada pela divulgação, a partir da quinta-feira (30), de novas pesquisas eleitorais do Instituto Datafolha sobre a disputa pelo cargo de governador nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Como foram realizadas nos três estados mais populosos do país e também avaliam a opinião pública sobre a eleição presidencial, os resultados ajudam a ilustrar o cenário político em colégios eleitorais importantes para a disputa do Palácio do Planalto.
A consolidação da liderança do ex-ministro Fernando Haddad (PT) na corrida pelo governo paulista foi vista com bons olhos por aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das últimas pesquisas eleitorais para a Presidência de grande porte registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
:: Lula lidera corrida presidencial em São Paulo, diz pesquisa Datafolha ::
Lideranças do PT fizeram uma série de publicações celebrando o resultado de Haddad, que supera seus principais adversários, como o ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-governador Márcio França (PSB) e o atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes, o governador Rodrigo Garcia (PSDB).
O presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, também viu seu aliado de primeira hora, Tarcísio de Freitas, seguir competitivo na disputa. Na mesma data de divulgação do estudo, contudo, uma má notícia para a chapa do chefe do Executivo em São Paulo.
O apresentador José Luiz Datena (PSC) anunciou que desistiu – de novo, já que fez o mesmo em outras disputas – de concorrer a uma vaga no Senado por São Paulo nas eleições deste ano. Ele comporia a chapa de Freitas e serviria como importante cabo eleitoral para Bolsonaro.
:: Datafolha: Haddad lidera corrida para o governo de São Paulo ::
Horas antes, em conversa com apoiadores, Bolsonaro declarou apoio à pré-candidatura de Datena. “Eu estou com Datena lá, fechei com o Datena. Ele está em um outro partido. E tem críticas (ao partido). Assim como tem gente que critica o Tarcísio”, disse.
A desistência do apresentador pode impactar a situação do ex-governador Márcio França, que segue indefinido na disputa paulista. Em semana de reuniões com a participação de Lula, na sede do PSB em Brasília e em São Paulo, o peessebista ainda não abriu mão da pré-candidatura, como desejam os petistas.
Com a saída de Datena, França terá um concorrente de peso a menos, caso realmente decida se lançar na corrida pelo Senado. Pelo menos por ora, contudo, o ex-governador segue resistente à ideia de abdicar da eleição ao Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com o Datafolha, no cenário sem França, Haddad tem 34% das intenções de voto, contra 13% de Tarcísio de Freitas e de Rodrigo Garcia. Em seguida, aparece Gabriel Colombo (PCB), com 3%. Com o ex-governador na disputa, Haddad aparece com 28%, França com 16%, Tarcísio tem 12% e Garcia atinge 10%.
Cenário embolado no Rio
No Rio de Janeiro, o resultado do Datafolha segue apontando empate técnico entre o atual governador Cláudio Castro (PL), alinhado a Bolsonaro, e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB).
O cenário eleitoral fluminense, assim como o paulista, ainda segue indefinido. O apoio irrestrito de Lula à pré-candidatura de Freixo esbarra na pré-candidatura do deputado federal Alessandro Molon (PSB) ao Senado. O posto também é almejado pelo deputado estadual André Ceciliano, liderança petista no estado.
:: Pesquisa Datafolha mostra empate técnico entre Castro e Freixo no RJ ::
De acordo com o Datafolha, Castro aparece na frente com 23%. Logo em seguida, está Freixo, pontuando 22%. O cenário é similar à pesquisa de abril, quando ambos apareciam empatados tecnicamente. A margem de erro da pesquisa é de 3%.
O cenário de empate técnico se repete na parte de baixo da pesquisa, com Rodrigo Neves (PDT), com 7%, Eduardo Serra (PCB), com 6%, e Cyro Garcia (PSTU), com 5%.
Bolsonarista lidera em Minas
Enquanto isso, em Minas Gerais, o resultado da pesquisa Datafolha para o governo estadual é boa notícia para Bolsonaro. O governador Romeu Zema (Novo) segue com larga vantagem em relação ao candidato apoiado por Lula, o ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil (PSD).
Eleito com apoio de Bolsonaro em 2018, Zema oficialmente apoia e é apoiado nessa eleição pelo presidenciável do Novo, Felipe d'Ávila, mas mantém o flerte com o bolsonarismo.
:: Datafolha: Em MG, Zema abre grande vantagem em relação a Kalil ::
Como o Datafolha não realizou outras pesquisas para o governo mineiro neste ano, não é possível dizer se Kalil cresceu após a divulgação de aliança com Lula, feita neste mês. A margem de distância entre os dois, contudo, é menor do que a divulgada por outras empresas de pesquisa nos últimos meses, que apontavam Zema com chances de vencer no primeiro turno.
Os números da pesquisa desta sexta-feira mostram que Kalil, com 21%, terá que trabalhar muito para evitar a vitória de Zema, que aparece com 48%, ainda no primeiro turno. Distante, em terceiro, aparece Carlos Viana, com 4%.
Edição: Nicolau Soares
