O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta terça-feira (5) com banqueiros e empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A reunião foi considerada simbólica, por ter sido patrocinada por Josué Gomes da Silva, presidente da entidade desde 1° de janeiro deste ano e filho de José Alencar, vice-presidente da República de Lula de 2003 a 2010. Ao contrário do “autocrata” Paulo Skaf, que presidiu a Fiesp por 17 anos, Josué é considerado um democrata e homem de diálogo.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o clima do encontro foi “tranquilo”, Lula “foi bem recebido” e manifestou disposição de conversar com os industriais e empresários dos setores produtivos. Ele estava acompanhado do candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), além do presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-ministro Aloizio Mercadante e do pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad.
Entre os convidados do chamado “PIB nacional” para o almoço – que durou cerca de duas horas e meia – estiveram executivos do sistema financeiro, como João Moreira Salles (Itaú Unibanco), Luiz Carlos Trabuco Cappi (Bradesco) e Carlos Alberto Sicupira (3G Capital).
Participaram também Dan Iochpe (Iochpe Maxxion), Luiza Trajano (Magazine Luiza), Fabio Coelho (Google), Roberto Azevêdo (Pepsico e ex-diretor-geral da OMC), entre outros grandes empresários, além de Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
Particularmente no diálogo com o empresariado paulista, Alckmin é considerado interlocutor importante para a campanha de Lula, por ter governado São Paulo por longo período. O ex-presidente tem destacado o papel do ex-governador numa perspectiva de governo, quando precisará de canais abertos com o capital e com o Congresso.
Diretrizes e reconstrução
Lula voltou a afirmar na Fiesp que “governar é mais difícil do que ganhar a eleição”. Também tem enfatizado a interlocutores que a tarefa de seu possível futuro governo será “sobretudo reconstruir”, como disse no lançamento das diretrizes de programa de governo da chapa presidencial, em 21 de junho.
O ex-presidente vem destacando a necessidade de diálogo sobretudo para empreender essa reconstrução do país assolado pelo governo de Jair Bolsonaro. Naquela mesma data, disse que, no primeiro mês de governo, pretende reunir os 27 governadores para discutir o pacto federativo.
Nesse cenário, o petista alerta para a importância da população votar em deputados e senadores comprometidos com a “reconstrução”. “Para que, chegando no dia D, a gente possa ter uma maioria qualificada para fazer as mudanças que o país precisa” , disse na ocasião.