Os protocolos de adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança do Atlântico Norte (Otan) foram assinados na sede da aliança militar em Bruxelas nesta terça-feira (5). Em seus discursos, o secretário-geral da Otan Jens Stoltenberg, e os ministros das Relações Exteriores da Finlândia e da Suécia classificaram o dia como "histórico". Eles observaram que a adesão dos dois países não apenas contribuiria para fortalecer sua segurança, mas também aumentaria a segurança do bloco como um todo.
Com a assinatura do documento, os protocolos de entrada dos países escandinavos serão enviados para ratificação, que deverá ser realizada pelos Parlamentos de todos os 30 Estados-membros da aliança.
Finlândia e Suécia romperam com o seu status tradicionalmente neutro e decidiram solicitar oficialmente o ingresso na Otan em meados de maio. A decisão foi motivada pelo início do conflito na Ucrânia, iniciado pela Rússia em 24 de fevereiro.
A decisão sobre sua admissão à Otan foi tomada em tempo recorde, sendo anunciada no final de junho na cúpula de Madri. O único obstáculo significativo foram as demandas da Turquia, sobre as quais as partes conseguiram chegar a um acordo.
Assim que Finlândia e Suécia anunciaram a intenção de entrar na aliança militar, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse que Ancara não apoiaria a medida até que esses países determinassem sua atitude em relação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é considerado uma organização terrorista na Turquia.
Reação da Rússia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ao comentar o processo de adesão da Finlândia e Suécia à Otan, declarou nesta terça-feira (5) que o Ministério da Defesa russo tem planos para garantir a segurança do país em conexão com o lançamento do processo de ingresso dos países nórdicos.
"Tais opções estão sendo trabalhadas não no Kremlin, mas no Ministério da Defesa. Já dissemos muitas vezes que existem planos correspondentes, e está sendo feito um trabalho para garantir nossa segurança", disse Peskov ao responder a jornalistas se o Kremlin estaria trabalhando em medidas em caso de implantação de bases da Otan na fronteira com a Federação Russa.
Anteriormente, o prefeito da cidade finlandesa de Lappeenranta, localizada perto da fronteira com a Rússia, propôs colocar uma base da Aliança do Atlântico Norte na cidade.
Em 29 de junho, o presidente russo, Vladimir Putin, havia declarado que a Rússia responderia de maneira proporcional se a infraestrutura militar da Otan fosse implantada na Suécia e na Finlândia. Ao mesmo tempo, o Kremlin reiterou diversas vezes que os dois países nórdicos não representam uma ameaça.
* Com colaboração de Serguei Monin.
Edição: Thales Schmidt