A China confirmou que dará respaldo para a entrada da Argentina no grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A chancelaria chinesa emitiu um comunicado na última quinta-feira (8) declarando seu compromisso com o governo argentino.
"A China quer unir-se à Argentina para construir uma comunidade de futuro compartilhado, caracterizado pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e bem-estar centrado nas pessoas", declarou o ministro chinês.
Os chineses assumiram a presidência do bloco, na 14ª Cúpula Anual dos Brics, realizada em maio, em Pequim, que já contou com a participação da Argentina.
A Rússia também sinalizou apoio à entrada da Argentina no bloco. Yuri Ushakov, assessor do presidente Vladimir Putin, disse em junho que o Kremlin vê a expansão do grupo "com bons olhos", mas a questão ainda deveria ser avaliada.
Cerca de 30% das exportações argentinas são direcionadas aos países dos Brics, dos quais importa 43% das mercadorias, segundo dados oficiais.
O México e o Irã também manifestaram formalmente o seu interesse em ingressar no grupo.
O grupo dos Brics foi criado em 2009, e representa 26% do Produto Interno Bruto global, 20% do comércio internacional e concentra cerca de 42% da população mundial.
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Durante o encontro de chanceleres do G20, na Indonésia, os ministros de relações exteriores chinês, Wang Yi, e o argentino, Santiago Cafiero, assinaram novos acordos de cooperação econômica. Em 50 anos de diplomacia, a China tornou-se o segundo parceiro comercial da Argentina, logo após o Brasil, comprando um total de US$ 589 milhões (cerca de R$ 2,9 bilhões) em produtos argentinos, nos primeiros cinco meses de 2022. Os argentinos acabam de ingressar no projeto chinês "Cinturão e a Rota".
No encontro entre Cafiero e Wang Yi também foram firmados tratados de cooperação no desenvolvimento de energia nuclear e no setor de defesa e tecnologia espacial entre a Corporação Estatal de Investimento Energético (State Power Investment Corporation- SPIC) e a empresa argentina de Pesquisa Aplicada (Investigación Aplicada - Invap).
Outro objetivo do chanceler argentino no encontro do G20 é estabelecer um acordo entre a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia. A Argentina ocupa a presidência temporária da Celac e defende o fortalecimento do organismo como uma alternativa à Organização dos Estados Americanos (OEA).
* Com informação de Xinhua, Télam e Telesur
Edição: Arturo Hartmann