Está marcada para a próxima segunda-feira (11), às 20h30, a sessão que pode determinar a cassação de Cláudio Oklahoma (PSL), vereador bolsonarista que legisla no município de Tatuí (SP), interior de São Paulo, que é acusado de racismo.
No dia 25 de março deste ano, mensagens vazadas de um grupo do Whatsapp mostram Oklahoma se referindo a uma mulher negra, que não será identificada na matéria, como “carvão queimado” e “chita”.
Em um trecho das mensagens, o vereador afirma que a mulher “é muito feia para ficar na agência. Só tem mulheres novas e bonitas. Dragão desgraçada de feia”, ataca o parlamentar, que seguiu com ofensas em outros momentos, chamando a vítima de “vesga”, “diabo” e “neguinha”.
Por fim, Oklahoma postou a foto de uma banana no grupo e disse que a fruta “deixa a chita louca”. O caso foi alvo de 10 representações na Câmara dos Vereadores contra o bolsonarista.
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Representante da oposição, o vereador Eduardo Sallum (PT) acredita na cassação. “Ele é um vereador que vota com o governo, em tese teria condições de reverter a cassação. No entanto, houve muita mobilização na cidade, as pessoas estão revoltadas, esse episódio atacou a identidade da cidade e da população. Aqui, a escravidão foi abolida antes da Lei Áurea. Queremos fazer história aqui, ele será o primeiro vereador cassado por racismo no interior de São Paulo.”
Ainda de acordo Sallum, a derrota de Oklahoma é importante para combater a extrema-direita no estado. “Ele é um vereador eleito pela estética do bolsonarismo, se veste como cowboy, usa a bandeira do Brasil, ele imita o Bolsonaro em gestos e frases. Então, esse racismo é mais uma forma de se aproximar de Bolsonaro, é a estética da truculência, típica desse grupo.”
Outro lado
O vereador Cláudio Oklahoma (PSL) não foi encontrado para comentar o caso.
Edição: Vivian Virissimo