A doze dias do início das convenções partidárias que definirão os nomes dos integrantes das chapas majoritárias para as eleições de 2022, o PT segue em negociação para encontrar o vice de Fernando Haddad em São Paulo.
Nos últimos dias, ganhou força o nome de Jonas Donizette (PSB), ex-prefeito de Campinas e ex-presidente da Frente Nacional de Prefeitos até 2021. Ele tem a predileção de parte da direção petista, por ter articulação com o interior, região para onde o PT pretende expandir a campanha de Haddad.
Márcio França, que anunciou, nesta sexta-feira (8), sua desistência de disputar o Palácio dos Bandeirantes, era contrário à escolha de Donizette. Mas a resistência enfraqueceu na última semana e o ex-prefeito de Campinas pode chegar com força para a convenção de 20 de julho, quando a escolha do nome que comporá a chapa com o PT será feita.
Em Campinas, um nó
A disputa eleitoral à prefeitura de Campinas em 2024, no entanto, pode ser um problema. A tendência é que Donizette apoie a reeleição de Dário Saadi (Republicanos), atual prefeito da cidade, que pertence ao seu grupo político. Já o PT prepara Pedro Tourinho, que é pré-candidato a deputado federal, para disputar a prefeitura campinense em 2024. Quem seria, então, o candidato do Palácio dos Bandeirantes, caso Fernando Haddad seja eleito?
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, nesta sexta-feira (8), Carlos Orfei, presidente do PT de Campinas, defendeu a escolha de Donizette. "Derrotar de uma vez o tucanato e impedir a ascensão bolsonarista com o Tarcísio (de Freitas, candidato de Bolsonaro) no estado deve ser tarefa de todos os que defendem a democracia e o Estado de Direito. Nesses termos, quem queira se somar, será bem-vindo."
Um dirigente estadual do PT, que preferiu não se identificar, disse que o problema pode não ser 2024. "Caso eleitos, Haddad e Jonas podem apoiar nomes diferentes, não vejo problemas." A questão, na verdade, será convencer o atual prefeito, Saadi, que está em campanha pela eleição do candidato de Jair Bolsonaro no estado, Tarcísio Freitas (PL), a mudar de lado.
"O Saadi já tem feito campanha, recebeu Bolsonaro e Freitas em Campinas e não será fácil convencê-lo a se declarar neutro nessa altura do campeonato. Muito menos mudar de lado e passar a apoiar o Haddad. Antes do Palácio dos Bandeirantes, o Jonas terá que fazer essa costura", explicou o dirigente petista.
Edição: Thalita Pires