Diversos estados do Brasil estão sofrendo com a baixa umidade relativa do ar. Isso ocorre sobretudo no inverno, quando as chuvas não são muito frequentes, o que acaba diminuindo a quantidade de vapor de água na atmosfera do planeta. Este processo afeta o organismo de todos os seres vivos e com os seres humanos não é diferente. É aí que começa aquele desconforto no nariz, coceiras pelo corpo, olhos ardendo, entre outros sintomas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível ideal de umidade no ar para o organismo humano gira em torno de 60%, podendo ir até 80%. Taxas menores do que 30% já induzem estado de atenção, pois esse fator pode aumentar a ocorrência de desidratação, além de problemas respiratórios e até cardíacos.
O ressecamento das mucosas das vias aéreas favorece a propagação de vírus e bactérias, que sobrevivem melhor nessas condições. Por isso, gripes e resfriados, além de alergias e inflamações como dor de garganta, rinite, sinusite, asma e bronquite podem se intensificar.
A desidratação, por deixar o sangue mais denso, faz com que o coração tenha de trabalhar mais, aumentando os riscos de problemas cardíacos e relacionados à pressão arterial. Isso pode ocasionar maior cansaço e algumas dores de cabeça.
Aquela sensação de areia nos olhos também é um sintoma destes dias mais secos, já que a lubrificação destes órgãos é afetada. Irritações na pele e outras dermatites podem também ser sentidas, sobretudo quando temos altas temperaturas junto com o ar seco. Isso ocorre porque o nosso suor é absorvido mais rapidamente pelo ambiente.
Ademais, a baixa umidade dificulta a dispersão de gases poluentes, que acabam por agravar ainda mais toda essa situação.
Mas o que eu devo fazer?
A principal dica é: beba água. Mesmo que não esteja com sede, o consumo médio de dois a três litros por dia por pessoa é recomendado pela OMS.
O maior consumo de água mantém todo o corpo hidratado, deixando inclusive o sangue com volume menos denso, liberando o coração de um trabalho mais pesado. É importante estar atento também à hidratação de crianças, idosos e pessoas enfermas.
Tente consumir frutas, legumes e verduras ricas em água, como laranja, abacaxi, melão, abobrinha, tomate, repolho, couve, espinafre, alface, entre outros. Combinada a essa alimentação, vale evitar, se possível, condimentos e alimentos ultra processados ricos em sódio, que favorecem a retenção de líquidos e podem aumentar a pressão arterial.
No banho, aproveite o vapor quente para lubrificar as narinas e sempre que possível realize lavagem nasal com soro fisiológico. Para isso você pode também utilizar uma seringa de até 10 mililitros. Caso possua, você pode utilizar nebulizadores ou inaladores também com soro fisiológico para umidificar as vias aéreas.
É importante também manter limpos e arejados os ambientes da casa, evitando a concentração de poeira, ácaros e fungos. Caso não possua aspirador de pó, você pode usar um pano úmido na limpeza, evitando o alastramento de pó no ar. É recomendado também evitar o uso de ar condicionado, pois ele pode ressecar ainda mais o ar.
Sobretudo antes de dormir você pode colocar toalhas molhadas, recipientes com água ou ainda ligar vaporizadores nos ambientes.
Caso seja usuário de cigarros, narguiles e vaporizadores, tente reduzir o consumo, pois eles podem piorar ainda mais a situação respiratória nos dias secos.
O uso de hidratante no rosto e no corpo pode ser um bom aliado para casos de ressecamento da pele. Principalmente nos casos em que há irritação, prefira produtos sem perfume. Usar babosa para hidratar a pele também pode ser uma boa saída.
Nos horários de menor umidade do ar, que geralmente acontecem entre às 10h e às 16h, evite a prática de exercícios físicos, sobretudo ao ar livre. E ao se expor ao sol, proteja principalmente a cabeça e não se esqueça de beber água.
E lembre-se de lavar as mãos com frequência, evite colocá-las na boca e no nariz e, caso necessário, procure um posto de saúde.
Edição: Nicolau Soares