Quase 145 milhões de hectares de terras amazônicas não têm uma destinação definida. A estimativa é de um estudo coordenado pelos pesquisadores Brenda Brito e Pedro Gomes, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O levantamento, que integra o projeto Amazônia 2030, destaca que, sem destino claro, essas áreas sofrem ainda mais pressão de invasões, grilagem, desmatamento e degradação ambiental.
Em entrevista à edição desta segunda-feira (11) do programa Bem Viver, Brenda Brito ressalta a urgência da implantação de um política de ordenamento territorial.
"Temos a estimativa de que, nesse território sem a destinação fundiária, estaríamos falando de algo em torno de 40% do desmatamento anual médio, então é um indício de que essas áreas estão sendo, de fato, ocupadas visando a obtenção e apropriação desses territórios. É por isso que é importante que a gente tenha essa destinação para retirá-las desse alvo da grilagem", aponta.
A pesquisadora complementa que é importante fazer a distinção entre destinação de titulação de terras.
"Essa destinação, prioritariamente, não é necessariamente a gente dar um título pra quem ocupou. É você reconhecer os territórios, principalmente os tradicionais indígenas. A titulação vai ser uma opção, mas limitada para as áreas que já têm uma ocupação mais antiga, que preenche todos os requisitos legais, que não têm conflitos agrários. Mas, se a ideia for conter o desmatamento, não pode ser a principal via de destinação desse território", reforça.
Mudanças climáticas
Nesta edição, o Bem Viver também aborda a conexão entre as mudanças climáticas e as fortes chuvas que atingiram a região Nordeste do país entre os meses de maio e junho.
Um estudo internacional do World Weather Attribution (WWA), com participação de pesquisadores brasileiros, aponta que a interferência humana aumentou consideravelmente a as probabilidades de ocorrência de eventos extremos no futuro.
Homenagem a Jackson do Pandeiro
No último domingo (10), completaram-se 40 anos da despedida ao cantor e compositor Jackson do Pandeiro. Natural de Alagoa Grande (PB), o artista é considerado um dos grandes nomes da música brasileira.
Nesta segunda, o Bem Viver relembra a trajetória do paraibano que, com mais de 30 discos lançados, fez sucesso em todos os cantos do Brasil.
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O programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo.
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Edição: Geisa Marques
