A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira (12) que a covid-19 permanece como “emergência de saúde pública de âmbito internacional”. O comitê de emergência da organização decidiu, por unanimidade, manter o alerta máximo, em função da alta recente de casos, que cresceram 30% em todo o mundo na última quinzena. Esse aumento se deve ao espalhamento de subvariantes mais infecciosas e ao relaxamento das medidas de prevenção.
“As novas ondas mostram que a covid-19 está longe de ter acabado”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. “Estamos em uma posição melhor do que no início da pandemia, mas não podemos baixar a guarda. À medida que o vírus avança, devemos contra-atacar”, defendeu.
Durante entrevista coletiva, em Genebra, ele alertou que o crescimento recente de casos já volta a pressionar os sistemas de saúde. Ele chamou a atenção principalmente para o “aumento substancial” da subvariante BA.5 da ômicron, e cobrou respostas das autoridades locais. “À medida que as hospitalizações e a transmissão da covid-19 aumentam, os governos devem implementar medidas como o uso de máscaras e protocolos de detecção e tratamento”.
:: Devo seguir utilizando máscara de proteção contra a covid-19? ::
A comissão da OMS ressaltou também a diminuição geral dos testes de detecção e do sequenciamento do genoma, o que torna “cada vez mais difícil” a avaliação do impacto das variantes. Os pesquisadores alertaram que as sub-linhagens BA.4 e B4.5 são capazes de evitar a imunidade adquirida por infecções anteriores e, em alguns casos, pela vacinação, aumentando os riscos de reinfecção.
Tedros voltou a afirmar que as vacinas não estão sendo distribuídas “de formas eficaz” ao redor do globo. Além disso, alertou que um número cada vez maior de pessoas enfrenta a chamada covid longa. “Há uma grande desconexão no conhecimento sobre os riscos da covid entre a comunidade científica, os políticos e a população em geral”, apontou.
BA.4 e BA.5 no Brasil
De acordo com o último levantamento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), as duas variantes também já predominam no Brasil. Elas responderam por 92,3% dos “casos prováveis” de covid-19 nas duas últimas semanas de junho. A pesquisa foi feita com dados de 150 mil testes PCR dos laboratórios Dasa, DB Molecular e HLAGyn. Desse modo, as variantes BA.4 e BA.5 ultrapassaram a BA.2, que até então era a predominante.
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“Vivemos um período de alta transmissão viral, que serve de alerta aos mais vulneráveis: idosos, imunossuprimidos e não vacinados. Por outro lado, períodos mais frios favorecem a transmissão de vírus respiratórios e ter o esquema vacinal completo contra covid-19 e outras doenças é essencial”, alertou o instituto.