Sindicatos de petroleiros que reúnem mais de 24 mil trabalhadores da Petrobras aprovaram por unanimidade um indicativo de greve caso o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) apresente alguma proposta para privatização da empresa. A decisão foi anunciada na segunda-feira (11), após duas semanas de consultas às bases.
Os sindicatos são filiados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e à Federação Única dos Petroleiros (FUP). As duas entidades lideram a negociação de um novo acordo coletivo entre trabalhadores e a Petrobras.
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Na segunda-feira, FNP e FUP informaram que os sindicatos também rejeitaram uma contraproposta encaminhada pela estatal para um novo acordo. Segundo a FNP, "a proposta não atende o mínimo do pleito dos trabalhadores" e "está bem abaixo das possibilidades da Petrobras, que em 2021 lucrou R$ 106 bilhões".
Essa decisão foi comunicada ao Ministério das Minas e Energia (MME). Também foi comunicado ao órgão, assim como à Câmara dos Deputados e ao Senado, a intenção de petroleiros de cruzar os braços caso o governo avance com tratativas para desestatização da maior empresa do país.
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"A FUP vem alertando que, se o governo e o Congresso Nacional derem andamento a qualquer proposta de privatização da Petrobras, o país enfrentará a maior greve da história", afirmou o coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar.
O governo federal estuda se desfazer do controle da empresa. O assunto está sendo analisado pelo Ministério da Economia, comandado pelo ministro Paulo Guedes, que já afirmou ser favorável à privatização.
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Segundo os petroleiros, o governo tem criticado a Petrobras por conta do preço dos combustíveis no país justamente para criar ambiente político para desestatizar a empresa. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já disse estar dispostos a colocar em votação um projeto para privatização da Petrobras ainda neste governo.
Edição: Nicolau Soares