REVOLTA POPULAR

Sri Lanka: população se retira do prédio do governo, mas diz que não retrocede nas demandas

Porta-voz do Parlamento disse que renúncia presidencial seria anunciada assim que concluídas formalidades legais

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Cena de protestos no Sri Lanka - Dinuk / NewsWire

Nesta quinta-feira (14), o porta-voz do parlamento do Sri Lanka disse que a renúncia do presidente Mahinda Rajapaksa seria oficialmente anunciada assim que as formalidades legais fossem concluídas. O presidente fugiu do país na quarta-feira (13) para as Maldivas antes de seguir para Cingapura.

Ele também nomeou o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe como presidente interino, levando a protestos em massa. Os protestos foram atacados pela polícia que disparou gás lacrimogêneo contra os manifestantes que marchavam em direção ao prédio do Parlamento. Ambulâncias e jornalistas também foram atacados. 

Na quinta-feira, os manifestantes concordaram em evacuar os escritórios do presidente e do primeiro-ministro que haviam ocupado no dia anterior, mas prometeram continuar seus protestos até que suas demandas fossem atendidas.  

A tensão prevaleceu na ilha na quarta-feira, quando a raiva pública aumentou no momento em que o impopular Wickremesinghe assumiu seu novo posto.  

Uma grande multidão se juntou em Diyatha, perto da entrada do parlamento. A situação é um pouco tensa. Gás lacrimogênio foi disparado em intervalos regulares. Aqui, um manifestante ferido é carregado para o hospital

A Divisão de Mídia do primeiro-ministro disse na quarta-feira que “o presidente em exercício e primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe informaram ao presidente Mahinda Yapa Abeywardena que nomeasse um novo primeiro-ministro que seja aceitável tanto para o governo quanto para a oposição”. 

A polícia do Sri Lanka disparou várias rodadas de gás lacrimogêneo e canhões de água, e até disparou balas para o ar para dispersar os manifestantes que marchavam para o escritório do primeiro-ministro, ferindo pelo menos 30 pessoas, de acordo com o meio de comunicação Newswire. Os manifestantes rejeitaram a nomeação de Wickremesinghe e exigiram sua renúncia imediata. 

O escritório do primeiro-ministro sendo invadido, na Estrada Flower

Em Malé, capital das Maldivas, onde Rajapaksa estaria se refugiando até seu “trânsito” para Cingapura, protestos ocorreram na quarta-feira contra o governo do país por permitir a presença do líder fugitivo na ilha.  

Depois de tomar o controle do escritório como presidente e primeiro-ministro, Wickremesinghe declarou uma emergência em toda a ilha e nomeou um comitê de comandantes militares para aplicar o toque de recolher enquanto helicópteros militares voavam perigosamente perto do local do protesto.  

Líderes da oposição, advogados, especialistas constitucionais questionaram a legalidade da nomeação de Wickremesinghe para liderar o país. Vários líderes de partidos decidiram pedir a renúncia imediata do PM Ranil Wickremesinghe. 

Traduzido por: Flávia Chacon