O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou na noite de quarta-feira (13) a chapa para a disputa à reeleição no Distrito Federal. Ele terá a deputada federal Celina Leão (PP-DF) como candidata a vice e a ex-ministra bolsonarista Damares Alves (Republicanos) na disputa ao Senado.
O anúncio acabou expondo um racha do governador com a também ex-ministra e deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), esposa do ex-governador José Roberto Arruda (PL). Até então, Flávia era cotada para ser a candidata oficial de Ibaneis ao Senado, num acordo que já estava costurado entre as partes.
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No entanto, uma liminar recente concedida pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, restabeleceu os direitos políticos de José Roberto Arruda, que agora cogita se lançar na corrida para o Palácio do Buriti, embaralhando o jogo político na capital do país. A decisão judicial do STJ, porém, ainda é provisória e poderá ser revertida em um novo julgamento que deverá ocorrer em agosto, no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu entro hoje nessa sala com o coração livre, liberto de qualquer acordo que eu fiz no passado e daqui para frente quem quiser tratar de qualquer caminho, e o caminho está sempre aberto, vai ter que sentar e fazer um novo acordo”, afirmou Ibaneis Rocha durante o anúncio da chapa, numa referência ao afastamento da composição política com a família Arruda.
Esse novo cenário deve tornar a disputa eleitoral ainda mais competitiva. Em pesquisas recentes, como a divulgada pelo Instituto Ideia/Metrópoles, no fim de junho, Ibaneis Rocha lidera as intenções de voto com 34,5%, seguido pelo senador José Antônio Reguffe (União Brasil), com 14,8%.
Em seguida, aparecem a senadora Leila do Vôlei (PDT), com 7% dos votos; o ex-secretário de Educação Rafael Parente (PSB), com 5,8%; o senador Izalci Lucas (PSDB), com 4,5%; e o deputado distrital Leandro Grass (PV), indicado por 3,5% dos eleitores. Keka Bagno (PSol) foi lembrada por 1,7% dos eleitores do DF na pesquisa. Levantamentos anteriores, no entanto, indicam que uma eventual presença de Arruda na disputa reduz a vantagem de Ibaneis, que alimenta expectativas até mesmo de uma vitória no 1º turno.
Esse novo arranjo de forças políticas na disputa eleitoral deve envolver negociações de Arruda com partidos e políticos que não foram contemplados na composição com Ibaneis. A expectativa é que os Arruda tentem atrair o apoio de legendas como o PSD, do empresário Paulo Octávio, e o União Brasil, partido que tem como principal nome o senador José Antonio Reguffe, que ainda cogita disputar o Palácio do Buriti, o que pode gerar atritos.
Também está em jogo, nesse estremecimento entre Ibaneis e a família Arruda, o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que nos bastidores tem preferência por Arruda.
No anúncio da chapa de reeleição do atual governador, o ministro-chefe da Casa Civil e presidente nacional licenciado do PP, Ciro Nogueira, esteve presente e destacou Ibaneis e Bolsonaro devem caminhar juntos. “A união de Bolsonaro com Ibaneis é importante para a reeleição dos dois. A população não vai retroceder. O sentimento da reeleição é quando as pessoas estão prosperando. Ninguém vai arriscar”, disse.
Do lado do governador, o aceno é explícito. "Consolidamos, aqui, no Distrito Federal um belíssimo palanque para o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro", afirmou Ibaneis.
Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino