O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu na manhã desta sexta-feira (15) com o chefe da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, em Bethlehem (Belém), na Cisjordânia - região reivindicada como território palestino. Apesar dos questionamentos de diversos movimentos e partidos políticos palestinos, Abbas manteve o encontro com o chefe da Casa Branca, que voltou a realizar promessas sobre o reconhecimento da Palestina.
Biden novamente declarou que apoia o reconhecimento de dois Estados, Israel e Palestina, como saída para a resolução do conflito. O presidente estadunidense disse que o território deveria ser demarcado de acordo com as fronteiras definidas em 1967, mas não se comprometeu com a retomada de negociações entre as duas partes.
"Dois estados ao longo das linhas de 1967, com trocas de terras mutuamente acordadas, continuam sendo a melhor maneira de alcançar medidas iguais de segurança, prosperidade, liberdade e democracia para palestinos e israelenses", disse.
"Mesmo que o terreno não seja adequado neste momento para reiniciar as negociações, os Estados Unidos e meu governo não desistirão de tentar aproximar palestinos, israelenses e ambos os lados", destacou o presidente dos EUA.
Mahmoud Abbas reiterou que o reconhecimento da Palestina é chave para a paz no Oriente Médio.
"Após 74 anos da Nakba, deslocamento e ocupação, não é hora de esta ocupação terminar, para o nosso povo finalmente ganhar sua liberdade e independência? E pelas esperanças de nossos jovens, homens e mulheres, a quem estimamos e confiamos e em sua criatividade, para alcançar um futuro promissor sem ocupação", declarou.
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Abbas também apelou pela reabertura do consulado dos EUA em Jerusalém Oriental, a remoção da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) da lista de terroristas e pela reabertura de um escritório da OLP em Washington.
Em declaração conjunta, Biden prometeu aumentar em US$ 200 milhões o repasse para a Agência de Refugiados Palestinos das Nações Unidas (Unrwa, na sigla em inglês). Os EUA também anunciaram US$ 100 milhões para hospitais palestinos na cidade ocupada de Jerusalém Oriental.
Sobre o caso da jornalista palestina assassinada pelo exército de Israel, Biden se referiu como uma "enorme perda" e disse que os EUA estão comprometidos com um inquérito sobre a morte.
No entanto, há uma semana, o Departamento do Estado dos EUA entregou um relatório final sobre as investigações forenses em relação ao assassinato da jornalista palestina-estadunidense Shireen Abu Akleh, em maio deste ano, na Cisjordânia ocupada, afirmando não ter um resultado conclusivo.
O chefe da Casa Branca ainda disse ter um plano para implantar infraestrutura de internet 4G na Faixa de Gaza e Cisjordânia até o final de 2023, aumentar a oferta de energia renovável e melhorar a liberdade de circulação de pessoas e mercadorias.
Atualmente até o acesso à água potável e a saída para o mar são limitados pelos militares israelenses aos cerca de 590 mil palestinos que residem na região.
Edição: Arturo Hartmann e Thales Schmidt