Nesta semana apenas uma pesquisa em âmbito nacional foi divulgada, mostrando cenário semelhante ao dos levantamentos divulgados na semana passada: estabilidade com variações dentro da margem de erro.
A pesquisa BTG/FSB, divulgada na segunda-feira (11), traz o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 41% contra 32% de Jair Bolsonaro (PL). No levantamento anterior, divulgado em 27 de junho, o petista aparecia com 43% das intenções de voto e Bolsonaro, com 33%.
No entanto, algumas pesquisas estaduais mostram que o apoio de Lula pode ser decisivo nas disputas por governos locais, modificando cenários que poderiam aparentemente se decidir ainda no primeiro turno.
Pesquisa Quaest na Bahia
Divulgado na sexta-feira (15), o levantamento da Quaest encomendado pela corretora Genial mostra ACM Neto com 61% das intenções de voto contra 11% de Jerônimo Rodrigues e 6% de João Roma. Mas quando apresentados os candidatos a governador com apoios de Lula, Bolsonaro e independente (no caso do ex-prefeito de Salvador), o petista vai a 38% contra 43% de ACM Neto, com Roma indo a 11%.
Outro fator que conta a favor do postulante do PT é que somente 23% dos entrevistados dizem saber que Lula vai apoiar Jerônimo, enquanto 76% afirmaram só ter ficado sabendo do apoio no momento da entrevista. Entre os que já tinham conhecimento do alinhamento com o ex-presidente, ACM Neto tem 45% contra 34% de Jerônimo.
Um ponto importante também é o desconhecimento em relação aos adversários do ex-prefeito de Salvador. Enquanto somente 11% afirmam não conhecer ACM Neto, este índice chega a 94% para Kleber Rosa, a 76% para João Roma e a 74% para Jerônimo Rodrigues.
Lula decisivo em Minas Gerais
A sondagem realizada na Bahia confirma um cenário semelhante ao de outro estado. Em Minas Gerais, de acordo com a pesquisa Quaest divulgada na sexta retrasada, o atual governador Romeu Zema (Novo) lidera a disputa, com 44% das intenções de voto, seguido pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que tem 26%.
Contudo, quando associado a Lula, Kalil vai para 42% das intenções de voto, enquanto Carlos Viana (PL), associado ao presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido, sobe de 5% para 15%. Neste cenário, Zema cai para 26% quando tem seu nome relacionado ao pré-candidato à Presidência de seu partido, Luiz Felipe d'Avila.
Em artigo publicado no Brasil de Fato-MG nesta semana, o economista e especialista em direitos sociais José Prata Araújo observa que a eleição em Minas Gerais se "nacionalizou" e isso é vantajoso para Kalil.
"Assim, tudo indica, caso se confirme a 'nacionalização' da eleição para o governo de Minas, Kalil deverá crescer bastante. Carlos Viana deverá passar a casa dos dois dígitos. E a intenção de voto de Romeu Zema deverá recuar", avalia. "Ou seja, a eleição em Minas ficará mais competitiva e, se Lula mantiver a dianteira no Estado de 48% contra 28% de Bolsonaro, Kalil tem tudo para se tornar uma candidatura muito competitiva."
Assim como Romeu Zema busca se equilibrar, mantendo uma certa distância do bolsonarismo, mas sem abandoná-lo totalmente para preservar parte de sua base, o mesmo desafio se impõe a outros candidatos em estados que podem ser cruciais também na eleição presidencial. A rejeição a Bolsonaro pode afastar aliados que poderiam melhorar seus índices e limitar a votação do atual presidente a nichos mais radicais em muitos lugares, afastando o eleitor médio que optou por ele em 2018.
Edição: Thalita Pires