Nesta sexta-feira, 22 de julho, a cantora Marília Mendonça completaria 27 anos. Fenômeno da música sertaneja, no Brasil e fora, a artista fez uma carreira meteórica, interrompida por um trágico acidente de avião, em 5 de novembro de 2021, que chocou o país.
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“Quando Marília morre, ela estava em um outdoor na Time Square em Nova Iorque. Naquele momento, era uma das cantoras mais tocadas no mundo”, afirma o jornalista Bruno Ribeiro, que lança, nesta sexta-feira (22), o primeiro livro sobre a artista, Marília Mendonça: Rainha da Sofrência, biografia e crítica (Clube de Autores, 2022).
Capa do livro Marília Mendonça: Rainha da Sofrência, biografia e crítica (Clube dos Autores, 2022) / Divulgação/Clube de Autores
Jornalista há 20 anos, com 10 anos de dedicação à crítica musical, Ribeiro é autor de perfis biográficos de grandes nomes da música, como D. Ivone Lara, Aldir Blanc, Sergio Ricardo. A biografia de Marília Mendonça é o quarto livro lançado pelo escritor.
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Em entrevista ao programa Bem Viver, Bruno Ribeiro conta que o objetivo dele foi fazer “um retrato dessa infância e adolescência que ela teve, de modo a aproximar com a realidade de muitos brasileiros. De fato, ela fez parte desta parte da população que passa por privações. Eu trago no livro como a mãe dela teve que vender móveis da casa para conseguir pagar as contas da família.”
O jornalista revela que “Marília teve que conviver com problemas de violências domésticas. Os pais brigavam muito. Depois se separaram, e a mãe se casou novamente. Anos mais tarde, ainda na infância de Marília, o padrasto morreu e isso afetou muito ela”.
Essa adversidade fez Marília, aos 12, 13 anos, “começa a sair de casa com o violão nas costas se oferecendo pra tocar nos bares da noite de Goiana, e juntar dinheiro para casa. O que obrigou ela a se desvincular da igreja, porque não era bem aceito”, conta Bruno Ribeiro.
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"Ela começou tocando rock, não gostava de sertanejo. Ela atribui o fato de ter se tornado uma cantora sertaneja a uma praga que ela recebeu na rua de um homem, ainda na adolescência", complementar o autor.
O jornalista fez uma análise de como estaria Marília Mendonça em meio a polêmica que surgiu sobre os cachês milionários que alguns artistas sertanejos receberam de pequenas prefeituras pelo interior do país. O caso repercutiu nacionalmente na internet como CPI do Sertanejo.
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“Se ela estivesse viva, talvez ela não batesse de frente com esses artistas, afinal eles convivem, o mundo sertanejo é muito gregário, mas ela não passaria pano”, afirmou Bruno Ribeiro.
Cortejo para o enterro de Marília Mendonça; corpo da cantora foi enterrado no cemitério Parque Memorial em Goiânia (GO) / Evaristo Sa / AFP
“Ela era uma artista que se posicionava politicamente muito mais à esquerda, ao pensamento progressista que a grande maioria dos seus colegas [do sertanejo]. Ela foi contra Jair Bolsonaro na eleição de 2018, o que fez ela ser perseguida. A família recebeu ameaça de morte”, conclui o jornalista.
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O lançamento oficial do livro acontece pelas redes sociais do jornalista. Quem quiser adquirir um exemplar deve acessar o site da editora.
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Edição: Lucas Weber
