A mesa de diálogo entre a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e o governo equatoriano foi retomada nesta quarta-feira (27/07) para debater sobre o controle de preços e políticas de subsídio para o combustível no país, após ter sido interrompida por “falta de resultados concretos”, segundo o presidente da Conaie Leônidas Iza.
A mesa temática debateu nesta quarta fatores como especulação de mercado, preços de produtos básicos e industrializados. Além disso, a organização informou que a mesa de diálogo responsável pelo preço do combustível também foi reinstalada.
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“No Equador, 7 em cada 10 famílias não conseguem cobrir o custo da cesta básica. Hoje, a mesa redonda de controle de preços iniciou seus trabalhos para chegar a um acordo sobre um mecanismo para proteger as famílias equatorianas dos fenômenos especulativos e do poder de mercado”, escreveu a Conaie.
O acompanhamento dos acordos de consenso na mesa foi dado por uma equipe de observação, composta por delegados das organizações Conaie, Conselho de Povos e Organizações Indígenas Evangélicas do Equador (Feine) e Federação Nacional de Organizações Camponesas, Indígenas e Negras (Fenocin).
#Atencion
Continúa la mesa técnica que busca llegar a acuerdos para establecer políticas de focalización del subsidio en el precio de los combustibles.
La CONAIE, FEINE, FENOCIN y organizaciones sociales han planteado una propuesta técnica con 8 puntos centrales. pic.twitter.com/64cy0uXVFU— CONAIE (@CONAIE_Ecuador) July 27, 2022
#Atenção A mesa redonda técnica que busca chegar a acordos para estabelecer políticas de direcionamento do subsídio sobre os preços dos combustíveis continua. CONAIE, FEINE, FENOCIN e organizações sociais apresentaram uma proposta técnica com 8 pontos centrais.
Após 18 dias de greve nacional, cessada no dia 30 de junho, as mesas de negociações foram instaladas no início do mês de julho como um dos principais acordos alcançados pela suspensão das mobilizações em todo o país com o objetivo de debater as reivindicações pontuadas pelos manifestantes.
A primeira mesa técnica de diálogo, instalada em 7 de julho, determinou o roteiro dos diálogos entre a Conaie e o governo do presidente Guillermo Lasso, que acontecerão durante os 90 dias posteriores ao fim da greve. A reunião estabeleceu dez temas prioritários para agenda nacional, envolvendo debates sobre emprego e direitos trabalhistas, energia e recursos naturais, acesso à saúde, segurança e educação.
Em 19 de julho, após quatro dias de negociações, o movimento indígena e o governo equatoriano chegaram a um primeiro acordo, referente à mesa temática da Banca Pública e Privada, que aborda o perdão de dívidas, reestruturação, refinanciamento e requalificação de devedores, bem como novas linhas de crédito produtivo.
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No entanto, na última terça-feira (26/07) a Conaie afirmou que tais acordos alcançados “são um importante passo, mas não são suficientes”. “Continuaremos a trabalhar para garantir que os bancos privados cumpram com sua parte para tirar milhares de famílias equatorianas da crise de crédito”, completou a organização.
Embora tenha havido conquistas em relação ao estado inicial de dívidas e crise sufocante que desencadearam os protestos sociais, juntamente com outras medidas neoliberais, os grandes bancos aceitam apenas reestruturar ou refinanciar as operações de crédito, o que a entidade enfatiza que não é uma medida suficiente.
(*) Com Telesur
Artigo original publicado em Opera Mundi.