Ministros da Defesa de 21 países assinaram nesta quinta-feira (28), em Brasília, uma carta para firmar o compromisso de manter a paz e a democracia nos países da América.
O documento é fruto da 15ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas, e marca o fim do encontro que durou três dias e discutiu ações sobre defesa e segurança na região, desde a última terça-feira (26). A chamada Carta de Brasília também aborda outros temas considerados fundamentais pelos ministros da Defesa.
Os países signatários se comprometem em respeitar a Carta da Organização dos Estados Americanos e a Carta Democrática Interamericana, juntamente com “seus valores, princípios e mecanismos”.
A carta também reconhece que os Estados-Membros “podem fortalecer seus compromissos de enfrentar as mudanças climáticas e fatores ambientais, construir resiliência climática e investir na proteção ambiental”.
Os signatários também se comprometeram em “evitar a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, a caça furtiva de animais silvestres e a exploração mineral e florestas ilegais.
O documento afirma que “os conflitos presentes em todo o mundo, como a invasão da Ucrânia e os atos de violência exercidos por grupos armados que terrorizam a população no Haiti, não são os meios legítimos para resolver as disputas, de modo que os estados-membros da conferência de ministros de Defesa das Américas esperam uma solução pacifica tão pronto seja possível”.
O Brasil, a Argentina e o México fizeram questão de deixar registrado que consideram que a ONU é o foro adequado para tratar do conflito da Ucrânia.
Manifesto de três linhas
Após críticas à Carta em Defesa do Estado Democrático de Direito, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais, na noite de ontem, para ironizar o documento. No Twitter, o chefe do Executivo nacional decidiu publicar o próprio manifesto.
Em três linhas, o mandatário do país resumiu o que também intitulou de “carta de manifesto em favor da democracia”.
“Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil”, escreveu na página oficial do Twitter.
Essa foi uma resposta à carta original, criada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, que já recebeu centenas de milhares de assinaturas – de banqueiros, empresários, artistas e juristas. O texto será lido no dia 11 de agosto.
Poucas horas antes de publicar o próprio manifesto, Bolsonaro já havia criticado o documento, durante a live semanal. Na ocasião, o presidente afirmou que a carta em defesa da democracia é “uma nota política em ano eleitoral“, que tem como objetivo “politizar o momento”.
Confira as principais notícias desta sexta (29/07), no áudio acima.
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