No último dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a varíola dos macacos foi classificada como emergência de saúde pública de interesse internacional. Atualmente, já são mais de 20 mil casos em cerca de 70 países. O Brasil, de acordo com entidades internacionais, está entre os sete países com maior número de pessoas infectadas, totalizando, no dia 01/08, 1.369 casos. Na última sexta feira, 29/07, o primeiro óbito pela doença foi confirmada em Minas Gerais.
O maior número está em São Paulo (1.031), seguido por Rio de Janeiro (169), Minas Gerais (163) e Paraná, com 21.
Leia mais: Varíola dos macacos: resposta do governo brasileiro é insuficiente e repete erros da pandemia
Segundo informações da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), os diagnósticos positivos são de 20 homens e uma mulher, com idades entre 22 e 40 anos, ainda não sendo possível identificar causas ou características de público alvo do vírus. As amostras de todos os pacientes foram coletadas e encaminhadas para o Laboratório Central do Estado (Lacen/PR), responsável pela articulação com o Ministério da Saúde para envio ao Laboratório de referência para casos da doença, em São Paulo.
Há outros 26 casos em investigação no estado, nos municípios de Carlópolis (1), Cascavel (1), Colombo (1), Curitiba (19), Jaguapitã (1), Loanda (1), Maringá (1) e Nova Esperança (1).
Saiba também: Varíola dos Macacos: medidas de prevenção valem para toda a população, sem preconceito
Monitoramento
Sobre o controle da doença no Paraná, a Sesa informou que “o monitoramento tem sido constante e a orientação aos municípios é que diante de um caso suspeito, o mesmo seja isolado e todos os seus contatos passem a ser monitorados diariamente. Caso algum contato apresente sintomas, deverá ser isolado e conduzido como caso suspeito, de modo a diminuir o risco de ocorrência de novos casos. Os confirmados também passam pelo mesmo monitoramento diariamente, sendo encerrados somente após o desaparecimento completo das lesões.”
Questionada se haverá uma campanha de informação, prevenção e vacinação voltada à população, a Sesa respondeu que aguarda orientações do Ministério da Saúde.
Especialistas e entidades médicas já vêm fazendo críticas à falta de ação do governo brasileiro e estados frente à nova doença, alertando para a repetição do mau exemplo da gestão em relação à covid-19.
Vacina no Brasil não será para todos
No último dia 29 de julho, o Ministério da Saúde informou que “ativou o Centro de Operação de Emergências (COE) para elaboração do Plano de Contingência do surto de varíola dos macacos no Brasil. A Pasta segue em tratativas com a OPAS [Organização Pan-Americana da Saúde] e OMS para aquisição da vacina contra a doença.” Há previsão inicial de 20 mil doses em setembro e 30 mil em outubro.
Diferente do que já acontece em outras partes do mundo em que a população chamada "de risco" para doença já começa ser vacinada, no Brasil, as doses, segundo informe da Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde, serão destinadas aos profissionais da saúde e não existe plano para campanha de vacinação em massa.
Dez anos atrás, a farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic desenvolveu um imunizante a partir do vírus vaccinia, que pertence à mesma família do smallpox (causador da varíola humana) e do monkeypox. Nos Estados Unidos, o imunizante é conhecido como Jynneos. Já na Europa, o nome deste produto é Imvanex.
O que é a varíola dos macacos e como pode ser transmitida
A varíola dos macacos é uma doença viral e a transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato com lesões de pele de pessoas infectadas. A doença pode ser transmitida pelo contato com fluidos corporais, secreções respiratórias, lesões na pele ou mucosas de pessoas infectadas.
Há também o risco de contaminação pela utilização de materiais contaminados, como toalhas, roupas de cama e utensílios domésticos contaminados e/ou contato com animais infectados pelo vírus.
Principais sintomas
A infecção causa erupções que geralmente se desenvolvem pelo rosto e depois se espalham para outras partes do corpo. Os principais sintomas, além das lesões na pele, envolvem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfadenopatia, calafrios e fadiga.
Período da doença
O período de incubação do vírus que provoca a doença varia de sete a 21 dias. Os sintomas costumam aparecer 10 ou 14 dias após o momento da infecção. Os primeiros sinais são febre, mal-estar e dor. Cerca de três dias depois, os pacientes passam a apresentar bolhas pelo corpo – parecidas com as da catapora. A doença termina em um período entre três e quatro semanas.
Medidas de prevenção
-
Lave as mãos com água e sabão regularmente;
-
Se possível, continue o uso de máscara;
-
Higienize bancadas e equipamentos de uso comum;
-
Pratique sexo seguro, use proteção;
-
Evite contato com animais doentes, mortos, ou que possam estar infectados;
Em casos onde há convívio com pessoas contaminadas:
-
Não se deite na cama onde a pessoa estava;
-
Sempre lave os lençóis, cobertores, mantas, roupas, e demais pertences da pessoa infectada;
-
Não compartilhe objetos e utensílios;
-
Mantenha o ambiente arejado;
-
Não toque diretamente nas feridas, use luvas;
-
Descarte o lixo em local adequado, sinalizando o potencial risco de infecção.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lia Bianchini