É consenso entre as mais de 50 organizações sociais que compõem a "Campanha Contra a Violência no Campo: em defesa dos povos do Campo, das Águas e das Florestas”, nesta terça-feira (02), de que um dos caminhos para frear os conflitos por terra é a execução de uma reforma agrária popular no país.
Esse posicionamento é reforçado pelo integrante da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Carlos Lima, em entrevista ao programa Bem Viver desta quarta-feira (03).
Segundo ele, que também é mestre em História, a violência existe porque o Estado brasileiro não assumiu a tarefa histórica de resolver a questão agrária brasileira.
“Só se resolve a questão agrária brasileira realizando uma reforma agrária radical, popular, garantindo aos povos indígenas e aos quilombolas seus territórios, garantindo aos ribeirinhos os seus espaços. Então é preciso mudar a estrutura agrária brasileira para que a gente possa, de fato, ter paz no campo. Sem isso, nós não vamos ter essa paz."
A campanha de enfrentamento à violência no campo tem como objetivo tentar frear os diferentes ataques contra o segmento. De acordo com levantamento da CPT, 25 assassinatos decorrentes de conflitos agrários foram registrados neste ano. O número corresponde a 69,4% do total registrado no ano passado, quando 36 homicídios desse tipo foram notificados.
“Nós consideramos importante nessa campanha manter viva a nossa pauta, especialmente da reforma agrária popular e a demarcação dos territórios. Isso é fundamental”, acrescenta Lima.
Confira também nesta edição
O programa desta quarta também destaca a campanha de solidariedade promovida pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Na cidade de Lençóis, na Bahia, mais de cinco toneladas de comida sem veneno já foram doadas.
As cestas distribuídas vêm da produção orgânica local, de modo a garantir a geração de renda para as famílias produtoras e alimentação saudável para quem precisa.
Coco Arcoverde
A tradição do coco de trupé, típica de Arcoverde, no interior de Pernambuco, também ganha espaço nesta edição.
O grupo Samba Coco Raízes de Arcoverde é um dos símbolos que perpetua essa manifestação cultural. Entre os mestres do grupo está Assis Calixto, patrimônio vivo do estado, que ensina nas escolas da região a tradição que aprendeu também na infância.
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Edição: Geisa Marques
