A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (4) que vai baixar em 3,5% o preço do diesel vendido em suas refinarias. Esta é a primeira redução do combustível anunciada pela estatal desde abril de 2021 e, segundo a companhia, está relacionada à queda do preço do barril do petróleo.
Essa também é a terceira redução de combustíveis anunciada em menos de 30 dias, faltando agora menos de dois meses para o primeiro turno das eleições. Em julho, a Petrobras baixou a gasolina duas vezes em menos de dez dias. A última delas há uma semana.
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A redução do diesel vale a partir de sexta-feira (5). Antes dessa queda, o diesel vendido pela Petrobras já havia subido cerca de 67% no ano.
O combustível começou o ano vendido a R$ 3,34 por litro nas refinarias. Foi reajustado com o passar dos meses e atingiu R$ 5,61 em junho. Agora, desceu a R$ 5,41.
Segundo a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 5,05, em média, para R$ 4,87 a cada litro.
"Essa redução acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras", justificou a companhoa, em seu novo comunicado sobre a redução.
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O preço do petróleo subiu em 2022 por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em fevereiro. O barril começou o ano cotado a cerca de US$ 70 (R$ 364 na cotação atual). Atingiu US$ 125 em março. Atualmente, está em cerca de US$ 93 (R$ 484).
Na semana passada, o diretor de Comercialização e Logística da empresa, Cláudio Mastella, havia afirmado que, apesar dessa queda, o preço do diesel no mercado internacional permaneceria alta. Cogitou até novo aumentos.
Redução antes de eleição
O preço dos combustíveis da Petrobras vinha sendo motivo de reclamações do presidente Jair Bolsonaro (PL) para a gestão da estatal no ano eleitoral. Apesar de nunca ter agido para alterar a política de preços da Petrobras, Bolsonaro demitiu dois presidentes da empresa neste ano e encampou projetos para redução dos derivados meses antes do primeiro turno.
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Ele cortou impostos federais e pressionou os estados a reduzir o Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) sobre a gasolina.
Para o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a redução neste momento é uma “piada de mau gosto da direção da Petrobras”.“Essa queda pífia acontece depois que o governo Bolsonaro reajustou o diesel em 203,6% na refinaria ao longo de seu período, contribuindo para a inflação galopante”, afirmou.
Edição: Rodrigo Durão Coelho