RONDA POLÍTICA

Fachin se despede do TSE com recado a Bolsonaro, chamados para 7/9 explodem no WhatsApp e mais

Em última sessão plenária, Fachin diz que atuou em prol da democracia; levantamento mostra caráter golpista de atos

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Edson Fachin atacou o uso de fake news no processo eleitoral, em discurso de despedida do TSE - Nelson Jr./ ASICS/ TSE

"A democracia se verga, mas não se dobra, e nem quebra com as fake news." Foi com essa mensagem que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin encerrou a última sessão de julgamento de sua gestão à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Fachin deixa a Corte na próxima semana e será sucedido pelo ministro Alexandre de Moraes, que assume o cargo no dia 16 de agosto.

Edson Fachin agradeceu a oportunidade de servir à República na condução da Justiça Eleitoral ao longo dos últimos 175 dias. Segundo ele, os afazeres da Corte foram sempre direcionados à busca por paz e segurança nas Eleições Gerais de 2022, cujo caminho foi pautado pelo diálogo, pela estruturação do combate à desinformação e pela eficiência na gestão do processo eleitoral, "impulsionando a Justiça Eleitoral à defesa intransigente, peremptória e impávida da democracia".

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O presidente da Corte Eleitoral reconheceu enfaticamente os esforços dos colegas ministros, do Ministério Público Eleitoral, dos servidores e dos colaboradores da Justiça Eleitoral, que se dedicaram em dividir a missão de aperfeiçoar o processo das eleições nas diversas funções.

"Na condição de presidente do TSE, saio com duas certezas inabaláveis: a primeira delas é que a democracia é inabalável às fake news, e que o povo brasileiro elegerá, com paz, segurança e transparência, um presidente da República. A segunda é que Helena Kolody tinha razão ao dizer que quem pinta estrelas no muro tem o céu ao alcance das mãos. Quem defende a democracia a toca diariamente e vive num país melhor", afirmou.

Convocações para 7 de setembro explodem no WhatsApp

A circulação de mensagens com menções ao 7 de Setembro em grupos de WhatsApp explodiu na última semana de julho, com crescimento de 290% em comparação com o mesmo período de junho, aponta levantamento do Monitor de WhatsApp da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Segundo a sondagem, feita a pedido de reportagem do jornal Folha de S.Paulo, as dez mensagens mais compartilhadas citam convocações do presidente Jair Bolsonaro (PL) a apoiadores e têm cunho golpista, com referências a intervenção militar e destituição de juízes do Supremo Tribunal Federal e afirmações falsas sobre as urnas eletrônicas.

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Foram 4.184 mensagens, 69% das quais circularam em grupos de direita, 25,9% em grupos indefinidos — de temática política, mas não alinhados claramente a alguma ideologia — e 5,1% em grupos de esquerda.

"Bolsonaro convocou apoiadores a se unirem a ele no 7 de Setembro, e isso se refletiu, naturalmente, em grupos de WhatsApp e Telegram, que têm apresentado uma grande mobilização, com a organização de caravanas ou conversas sobre o 7 de Setembro como a última vez em que vão às ruas", afirmou Fabrício Benevenuto, professor de ciência da computação da UFMG e coordenador do projeto Eleições sem Fake, à Folha de S.Paulo.


Com informações do Tribunal Superior Eleitoral.

Edição: Nicolau Soares