Na última sexta-feira (5) encerrou-se o prazo para as convenções em que os partidos e federações partidárias aprovam suas candidaturas majoritárias (ou quem apoiam) e seus nomes para as disputas de cadeiras na Câmara Federal e Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
O prazo para inscrições junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda vai até o dia 15, mas já podemos apresentar as 10 candidaturas a governador e vice, além das nove candidaturas ao Senado. Segue em ordem alfabética.
Ao fim da matéria, saiba quando tem início a campanha de rua e as propagandas de TV e rádio.
Anderson Ferreira (PL), Izabel Urquiza e Gilson Machado Neto
Sob o slogan “Bora mudar Pernambuco”, o trio do Partido Liberal (PL) não conseguiu aglutinar outras forças políticas e o partido caminha isolado, sem coligação. É uma chapa “puro-sangue”. Mas o PL é hoje o maior partido na Câmara Federal, com 78 parlamentares, o que lhe garante algum tempo de TV e rádio sem precisar de alianças.
Anderson Ferreira foi prefeito de Jaboatão dos Guararapes por seis anos (2016-2022), largando a prefeitura na metade do 2º mandato para disputar o Governo do Estado. Antes disso foi deputado federal também por seis anos (2011-2016), deixando o segundo mandato na metade para se candidatar a prefeito.
Candidata a vice, Izabel Urquiza foi secretária de desenvolvimento econômico de Olinda por um ano e meio. Para o Senado o nome é Gilson Machado, ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro. É a chapa de Bolsonaro no estado, que terá ainda 26 candidaturas a deputado federal e 50 para estadual.
Cláudia Ribeiro (PSTU), Mariano Macedo e Dayse Medeiros
O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) mais uma vez parte isolado para a disputa eleitoral. Para o Governo do Estado a sigla lança para a professora Cláudia Ribeiro, que trabalha na rede municipal do Recife. Seu vice também é um educador, o professor Mariano Macedo. Para o Senado o nome é o da técnica de enfermagem Dayse Medeiros. No plano federal o partido tem a candidatura de Vera Lúcia (PSTU) para a Presidência da República.
Danilo Cabral (PSB), Luciana Santos (PCdoB) e Teresa Leitão (PT)
A coligação Frente Popular de Pernambuco, liderada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), refez a relação com o Partido dos Trabalhadores (PT) e tenta um reposicionamento mais à esquerda. A chapa majoritária traz a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, como vice-governadora e a deputada estadual, professora e sindicalista Teresa Leitão (PT) candidata ao Senado. É o maior bloco partidário, com 9 siglas, e conta com o apoio do ex-presidente Lula (PT).
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Federação formada por PT, PCdoB e PV define candidaturas em Pernambuco; confira os nomes
A chapa é encabeçada por Danilo Cabral, da ala mais “progressista” dentro do PSB – mas sofre rejeição por seu voto pelo impeachment de Dilma (2016), algo que ele diz ser “um equívoco histórico” do partido. Ele encerra este ano seu 3º mandato como deputado federal (2010-22). Também foi vereador do Recife, secretário da gestão João Paulo na capital, secretário de Educação e das Cidades das gestões Eduardo Campos no estado e de Planejamento do governo Paulo Câmara. Natural de Surubim, ele é servidor do Tribunal de Contas do Estado.
A Frente Popular sofreu quatro baixas este ano. O Podemos se aliou a Miguel Coelho (UB), enquanto o Solidariedade lançou Marília Arraes para governadora e arrastou consigo o PSD e o Avante. O PP quase lançou candidatura própria ao Senado para não apoiar Teresa Leitão (PT), porque nacionalmente o partido apoia Bolsonaro e vetou alianças com o PT. Mas o partido recuou: o TSE considera que o apoio formal à chapa majoritária deve ser integral: se apoia formalmente Danilo Cabral (PSB), obrigatoriamente apoia Teresa Leitão (PT). O bloco bolsonarista do PP no estado recebeu carta-branca para apoiar quem quiser para o governo e senado.
Jadilson Andrade (PMB), Rose Viana e Téio Ramos
O Partido da Mulher Brasileira (PMB), como de costume, lançou candidaturas lideradas por homens. O candidato a governador é Jadílson “Bombeiro”, sargento do Corpo de Bombeiros Militares de Pernambuco, bacharel em direito e ciências políticas. Sua vice é a também bombeira militar Rose Viana, tenente e graduada em história e pedagogia. O candidato ao Senado é Daniel “Téio” Ramos, empresário do ramo da construção civil.
Na sexta-feira (5), último dia de convenções partidárias, Téio e Rose publicaram um vídeo criticando “manobras partidárias” e afirmando que não são mais candidatos. A chapa ainda não está registrada junto ao TSE e o imbróglio ainda não foi esclarecido. O partido lançou também 20 candidatos a deputado federal e 50 estadual – em sua maioria homens. Nacionalmente o partido apoia a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) para a presidente.
João Arnaldo (PSOL), Alice Gabino (Rede) e Eugênia Lima (PSOL)
A federação partidária formada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e pela Rede Sustentabilidade (Rede) lançou o advogado João Arnaldo (PSOL) para o Governo do Estado. Ele foi superintendente do Ibama em Pernambuco, já foi filiado ao PT e em 2020 foi candidato (pelo PSOL) a vice-prefeito na chapa encabeçada por Marília Arraes.
Para vice-governadora o nome escolhido foi o de Alice Gabino (Rede), advogada e ambientalista que atuou no Ibama por 8 anos durante o governo Lula, além da secretaria estadual de meio ambiente dos governos Eduardo Campos e Paulo Câmara. A candidata ao Senado é a também advogada Eugênia Lima (PSOL), que foi secretária de juventude de Olinda na gestão Luciana Santos, candidata ao Senado em 2018 (obteve 113,7 mil votos, ou 1,7%) e a vereadora de Olinda em 2020 (2,8 mil votos). A chapa apoia a candidatura de Lula (PT) para a Presidência da República.
Jones Manoel (PCB) e Raline Almeida
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) confirmou a candidatura do historiador Jones Manoel ao Governo de Pernambuco. Além da formação em história, Jones é professor, mestre em serviço social e YouTuber. Sua vice é a assistente social Raline Almeida, com experiência de atuação em defesa dos direitos de crianças e adolescentes e com políticas sobre drogas. O PCB tem uma candidata a deputada federal e uma a estadual, além de ter Sofia Manzano como postulante à Presidência da República.
Marília Arraes (SD), Sebastião Oliveira (Avante) e André de Paula (PSD)
Líder nas pesquisas, a deputada federal Marília Arraes é a candidata do partido Solidariedade (SD) ao Governo do Estado. A sigla até março integrava a Frente Popular, liderada pelo PSB, mas o então presidente estadual deixou o partido, que de pronto oferecido a Marília. Após seis anos, ela deixou o PT e ingressou na nova sigla. Nacionalmente o SD apoia Lula para presidente.
A chapa conta ainda com dois outros partidos que integravam a Frente Popular: o Avante do deputado federal Sebastião Oliveira, agora candidato a vice-governador; e o PSD do deputado federal André de Paula, que após 22 anos como deputado federal busca agora seu primeiro mandato como Senador. O Avante também apoia Lula para presidente, mas o PSD optou por não apoiar ninguém para o Planalto, deixando seus integrantes livres para escolher.
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A coligação foi batizada de “Pernambuco na Veia” e é formada por quatro siglas: aos três mencionados soma-se ainda o Agir 36. A coligação tem 58 candidaturas a Câmara Federal e 118 a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Miguel Coelho (União Brasil), Alessandra Vieira e Carlos Andrade Lima
O partido União Brasil (UB) surgiu este ano a partir da fusão entre o DEM e o PSL. Liderado nacionalmente pelo pernambucano Luciano Bivar, o partido confirmou Miguel Coelho como candidato ao Governo do Estado. Ele foi prefeito de Petrolina por seis anos (2016-2022), deixando a prefeitura na metade do 2º mandato para tentar se eleger governador. Antes de ser prefeito Miguel foi deputado estadual.
Apesar de formar aliança com o Podemos, PSC e Patriotas, a chapa majoritária é “puro-sangue”. A candidata a vice-governadora é a ex-tucana Alessandra Vieira, atualmente deputada estadual e natural de Santa Cruz do Capibaribe. Para o Senado o nome é o advogado Carlos Andrade Lima, que foi candidato a prefeito do Recife e é homem de confiança de Luciano Bivar.
O nome da coligação é “Pra transformar Pernambuco” e apoia Soraya Thronicke (UB) para a Presidência da República. O União Brasil tem 26 candidatos a deputado federal e 50 a estadual.
Raquel Lyra (PSDB), Priscila Krause (CD) e Guilherme Coelho (PSDB)
A federação partidária formada pelo PSDB e pelo Cidadania tem como candidata a governadora Raquel Lyra (PSDB), que foi prefeita de Caruaru por seis anos (2016-2022), deixando a prefeitura na metade do 2º mandato para se candidatar a governadora. A tucana não conseguiu atrair outros partidos para a aliança. Nacionalmente PSDB e Cidadania apoiam Simone Tebet (MDB) para presidente.
A candidata a vice-governadora é Priscila Krause (CD), que foi vereadora do Recife por 10 anos (2005-2014) e deputada estadual por 8 anos (2015-2022). Em 2016 se candidatou a prefeita do Recife, tendo 5,4% dos votos. O candidato ao Senado é Guilherme Coelho (PSDB), que foi deputado federal e é empresário da fruticultura em Petrolina – além de tio de Miguel Coelho, candidato a governador em outra chapa.
Wellington Carneiro (PTB) e Carol Tosaka
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) lançou o advogado e pastor Wellington Carneiro para governador. Sua vice é a também advogada petrolinense Carol Tosaka. A chapa não tem candidato ao Senado e nacionalmente apoia a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Na última eleição para prefeito do Recife, em 2020, Wellington era filiado ao Patriota e foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo deputado estadual Alberto Feitosa (hoje no PL).
O PTB, que em Pernambuco era liderado pelas famílias Monteiro e Chaves, sofreu um esvaziamento nos últimos anos, consequência da liderança nacional de Roberto Jefferson. Localmente o partido passou pelas mãos do coronel Luiz Meira e desde abril é liderado por Wellington. Apesar disso, conseguiu lançar chapas de 17 candidatos a deputados estaduais e 19 federais.
Esteves Jacinto (PRTB)
O pequeno Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), que ficou ainda menor após o esvaziamento recente, teria o cantor e pastor evangélico Esteves Jacinto como candidato ao Governo do Estado. De última hora, no entanto, o líder religioso anunciou em suas redes sociais que apoiará Raquel Lyra (PSDB) para o governo e ele será candidato ao Senado “avulso”, sem candidaturas para deputados federal ou estadual. Sua candidatura ainda não foi registrada junto ao TSE. Em 2012 Esteves Jacinto se candidatou a prefeito do Recife e desistiu da candidatura restando duas semanas para votação. Nacionalmente o PRTB apoia a reeleição de Jair Bolsonaro.
Início da campanha e propagandas de TV
Após o período de convenções, que vai até 5 de agosto, os partidos e federações partidárias têm 10 dias (até o dia 15) para apresentar a documentação na Justiça Eleitoral. No dia 16 de agosto começa a campanha de rua, com os candidatos podendo colocar carros de som para rodar (das 8h às 22h), distribuir material informando número e cargo ao qual está candidato e pedir votos. Podem fazer isso até a noite do sábado 1º de outubro, véspera da votação.
Já a propaganda de TV e rádio tem início numa sexta-feira, dia 26 de agosto, se estendendo por cinco semanas até a quinta-feira 29 de setembro, três dias antes da votação. Os programas vão ao ar de segunda a sábado. Caso haja 2º turno, as propagandas serão exibidas por três semanas, de 7 a 28 de outubro. Este ano os programas eleitorais têm duração de 25 minutos.
Em dias de segunda, quarta e sexta são propagandas dos candidatos e candidatas ao Governo do Estado, Senado e deputados estaduais. Na terça, quinta e sábado são postulantes a Presidente da República e deputado federal. Na rádio são exibidos das 7h às 7h25 e depois das 12h às 12h25. Já na televisão os horários são das 13h às 13h25 e depois das 20h30 às 20h55. Os canais de TV e rádio também devem separar 70 minutos por dia para cerca de 100 inserções diárias com duração 30 segundos ou 1 minuto.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga