A Petrobras informou nesta quinta-feira (11) que vai baixar em mais 4% o preço do diesel vendido em suas refinarias. Esta é a segunda redução do combustível anunciada pela estatal em uma semana e está relacionada à queda do preço do barril do petróleo.
Essa também é a quarta redução de combustíveis anunciada em menos de dois meses, agora 52 dias para o primeiro turno das eleições.
Em julho, a Petrobras baixou a gasolina duas vezes em menos de dez dias. Na semana passada, a empresa anunciou queda de 3,5% no diesel.
Antes das quedas, o diesel vendido pela Petrobras já havia subido cerca de 67% no ano. O combustível começou 2022 vendido a R$ 3,34 por litro nas refinarias e atingiu R$ 5,61 em junho. Neste mês, desceu a R$ 5,41 e, agora, para R$ 5,19. Ainda assim, está mais caro do que em maio: R$ 4,91.
A nova redução, anunciada na quinta, vale a partir de sexta-feira (12).
Segundo a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,87, em média, para R$ 4,67 a cada litro.
"Essa redução acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras", alega a companhia, em seu comunicado sobre a nova redução.
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O preço do petróleo subiu em 2022 por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em fevereiro. O barril começou o ano cotado a cerca de US$ 70 (R$ 364 na cotação atual). Atingiu US$ 125 em março. Atualmente, está em cerca de US$ 93 (R$ 484).
No mês passado, o diretor de Comercialização e Logística da empresa, Cláudio Mastella, havia afirmado que, apesar dessa queda, o preço do diesel no mercado internacional permaneceria alto. Cogitou até novo aumentos.
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Oportunismo eleitoral
O preço dos combustíveis da Petrobras vinha sendo motivo de reclamações do presidente Jair Bolsonaro (PL) para a gestão da estatal no ano eleitoral. Apesar de nunca ter agido para alterar a política de preços da Petrobras, Bolsonaro demitiu dois presidentes da empresa neste ano e encampou projetos para redução dos derivados meses antes do primeiro turno.
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Ele cortou impostos federais e pressionou os estados a reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) sobre a gasolina.
Na semana passada, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, havia criticado a redução do diesel neste momento. "Piada de mau gosto da direção da Petrobras", disse. "Essa queda pífia acontece depois que o governo Bolsonaro reajustou o diesel em 203,6% na refinaria ao longo de seu período", afirmou.
Edição: Thalita Pires