O embaixador chinês para a Rússia, Zhang Hanhui, agradeceu a Moscou por seu apoio a Pequim após a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan.
De acordo com o diplomata, as autoridades dos dois países estão prontas "para defender juntos a ordem mundial com base na Carta da ONU".
"Como nosso parceiro de cooperação estratégica abrangente na nova era, a Rússia sempre apoiou a China em questões-chave como soberania, segurança, integridade territorial, desenvolvimento. Depois que Pelosi chegou a Taiwan, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu uma declaração condenando fortemente essa ação e classificando-a como uma provocação flagrante", disse o embaixador.
Segundo ele, o governo russo, a Assembleia Federal, representantes de partidos, analistas, bem como cientistas e a mídia apoiaram a posição da China e o princípio de "uma só China".
O diplomata acrescentou que os países estão juntos "na vanguarda da luta contra o hegemonia e a política de poder", promovendo a multipolaridade e a democratização das relações internacionais para "juntos construir uma comunidade de destino comum para a humanidade".
Anteriormente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, ao comentar a visita de Pelosi à ilha, disse que os Estados Unidos estão desestabilizando o mundo. O Kremlin classificou a viagem de Nancy Pelosi como uma "provocação" e desrespeito à China.
Entenda a tensão entre China e Taiwan
As relações entre China e Taiwan atingiram um novo momento crítico e uma escalada de ameaças desde o início do mês, com a visita da presidenta da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipei. O governo da ilha reiniciou exercícios militares com fogo real, na terça-feira (9), alegando que o treinamento do exército chinês em seis pontos ao redor de Taiwan seriam o início de um processo de compressão do espaço estratégico ao redor de Taiwan.
Por sua parte, a China iniciou, em 2 de agosto, os maiores exercícios militares da história nos arredores de Taiwan, enviando aviões militares, sistemas anti-mísseis e testando artilharia de guerra. Após anunciar que as operações seguem até 8 de setembro, o governo chinês mantem uma resposta firme, indicando que pode preparar um processo de reunificação com a força militar.
Enquanto Taiwan reivindica sua independência em relação à China continental, a ilha é reconhecida como parte do território chinês pelas Nações Unidas desde 1967, sob o princípio de "Uma Só China: um país, dois sistemas". Em todo o planeta, 181 países têm relações diplomáticas com a República Popular China com base neste princípio, e apenas 15 nações reconhecem Taiwan como um Estado autônomo.
Edição: Felipe Mendes