A Organização Internacional do Trabalho (OIT) acompanha os desdobramentos das denúncias de assédio contra funcionários e funcionárias da Caixa Econômica Federal e disponibilizou suporte técnico para coibir situações dessa natureza.
Em junho, o então presidente da instituição, Pedro Guimarães, deixou o cargo após a repercussão de dezenas de denúncias de assédio sexual contra ele.
Segundo relatos de funcionárias do banco, Guimarães tinha o hábito de fazer insistentemente convites não relacionados a tarefas de trabalho para colegas. Os episódios ocorriam principalmente durante viagens em equipe.
Algumas mulheres relataram toques e conversas inapropriadas, além de constrangimentos na frente de outras pessoas.
Na época, foram levantadas suspeitas de que a instituição já havia sido informada das denúncias e tentou abafar o caso. A Caixa admitiu ter conhecimento das acusações, mas não informou mais detalhes.
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Em reunião com a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), o Sindicato dos Bancários de Brasília e a Secretaria de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a OIT se colocou a disposição para auxiliar as entidades na prevenção de casos semelhantes.
A organização vai compartilhar estudos e documentos sobre boas práticas contra o assédio.
Além disso, a OIT deve oferecer seu Departamento das Atividades dos Trabalhadores para a realização de seminários e oficinas como foco nas garantias de saúde, segurança e condições dignas de trabalho.
As entidades que representam a força de trabalho da Caixa exigem ainda que o banco disponibilize meios concretos e explícitos para denúncia, investigação e combate rígido a casos de assédio na instituição.
“Os casos gravíssimos e intoleráveis de violação de direitos humanos na Caixa Econômica Federal não podem ficar impunes. Além de amplo diálogo e da participação de representações dos empregados na apuração dos casos, são necessárias e urgentes medidas concretas que assegurem respeito e dignidade na Caixa, no sistema financeiro e em qualquer local de trabalho”, afirma Sergio Takemoto, presidente da Fnae.
Edição: Felipe Mendes