COOPERAÇÃO

China anuncia que irá participar de exercícios militares na Rússia

Exército Popular da China se soma a tropas da Índia, Tajiquistão, Belarus e Mongolia no operativo Vostok-2022

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Chanceleres russo, Serguei Lavrov, e chinês, Wang Yi, em reunião no Camboja, no início de agosto, reiteraram relação "inquebrantável" entre ambos países - AFP

O ministério de Defesa da China anunciou, nesta quarta-feira (17), que irá participar dos exercícios militares Vostok-2022, que acontecem na Rússia. O governo chinês afirma que o operativo irá aumentar as capacidades de defesa do país ante possíveis ameaças. Os exercícios irão acontecer entre 30 de agosto e 5 de setembro em 13 campos de treinamento, na região oriental do território russo, com participação dos exércitos da Índia, Tajiquistão, Belarus e Mongolia.

O Exército Popular de Libertação da China mantém exercícios militares no entorno de Taiwan, que começaram no dia 2 de agosto e devem durar até 8 setembro. Em comunicado, o ministério de Defesa afirmou que a participação nas práticas conjuntos com a Rússia "não tem relação com a atual situação internacional e regional".

O operativo Vostok-2022 foi anunciado em julho por Moscou e teria o objetivo de testar as tropas do exército e da aeronáutica, a aviação de longo alcance e a aviação de transporte militar.

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Dois episódios recentes aproximaram os governos russo e chinês: o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro, e a visita da congressista estadunidense, Nancy Pelosi, presidenta da Câmara de Representantes dos EUA, a Taiwan, em agosto.

Ainda que a China mantenha uma posição neutra em relação à guerra, o governo de Pequim deu diversas declarações contrárias a aplicação de sanções contra Moscou e mantém comércio e cooperação bilateral ativos com o país euroasiático.

Já a visita de Pelosi à ilha chinesa foi classificada como uma provocação e uma "grave" violação à soberania territorial chinesa e ao princípio de "um país dois sistemas". Ainda que Taiwan reivindique sua independência em relação à China continental, desde 1971 as Nações Unidas reconhecem a ilha como parte da China continental.

Acompanhando várias nações asiáticas e latino-americanas, a chancelaria russa deu delcarações reiterando seu apoio à posição do governo central chinês. O presidente Vladimir Putin disse que a visita de Pelosi a Taipei "não foi apenas uma viagem de um único político irresponsável, mas parte de uma estratégia intencional e consciente dos EUA para desestabilizar e semear o caos na região e no mundo".

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Durante a abertura do Jogos Internacionais de 2022 do Exército russo, na última segunda-feira (15), Putin também citou o pacto de segurança AUKUS entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos como evidência das tentativas ocidentais de construir um bloco similar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na região da Ásia-Pacífico.

Em setembro do ano passado, EUA, Inglaterra e Austrália anunciaram a assinatura do AUKUS (siglas em inglês dos três países membros: Au, UK e US), um pacto militar para a fabricação de submarinos de propulsão nuclear a partir de tecnologia americana. Segundo as autoridades dos três países, a aliança teria o fim de promover a "segurança" na região do Indo-Pacífico, que inclui os oceanos Índico e Pacífico.

Desde 2021, a Otan incluiu a China e Rússia como "ameaças à segurança global" na sua estratégia militar.

Na última semana, o embaixador chinês em Moscou, Zhang Hanhui, agradeceu o Kremlin por seu apoio a Pequim após a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan. O diplomata afirmou que os países estão juntos "na vanguarda da luta contra o hegemonia e a política de poder", promovendo a multipolaridade e a democratização das relações internacionais para "juntos construir uma comunidade de destino comum para a humanidade".


* Com informação de Telesur, Xinhua e CGTN

Edição: Nicolau Soares