Crise

Aprovação de Scholz despenca na Alemanha e atinge recorde negativo

Pesquisa aponta que apenas 25% dos eleitores alemães aprovam a gestão do chanceler federal

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Scholz teve uma queda significativa na popularidade - Christof Stache / AFP

Os índices de popularidade do chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, e de sua coalizão de governo despencaram para o ponto mais baixo desde que assumiram o país em dezembro de 2021.

Quase dois terços dos alemães estão insatisfeitos com o trabalho de Scholz e de sua abalada coalizão, formada pelos partidos Social-Democrata (SPD), Verde e Liberal Democrático (FDP). Os dados são de uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisas INSA a pedido da publicação dominical do tabloide alemão Bild.

A pesquisa apontou que 62% dos alemães possuem uma opinião desfavorável ao governo de Scholz – uma queda significativa no apoio ao social-democrata. Em março, menos de seis meses atrás, a desaprovação ao chanceler federal era de cerca de 39%.

Na pesquisa atual, apenas 25% dos alemães entrevistados afirmaram acreditar que Scholz – que foi vice-chanceler federal da Alemanha na coalizão de governo anterior liderada pela democrata-cristã Angela Merkel – está fazendo bem seu trabalho. Bem abaixo dos 46% alcançados na pesquisa de março.

Se o chanceler federal fosse eleito diretamente, Scholz ficaria apenas em terceiro lugar – na Alemanha, o chefe de governo não é eleito por voto popular, mas definido após negociações entre partidos dispostos a formar uma coalizão de governo.

Atualmente, cerca de 25% dos entrevistados votariam no ministro da Economia, Robert Habeck (Partido Verde), 19% votariam no líder da União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, e apenas 18% apostariam no social-democrata Scholz.

Poucos meses depois de assumir o cargo, Scholz viu-se confrontado com inúmeros desafios que têm disseminado inquietação na sociedade alemã: a guerra na Ucrânia, uma crise no setor energético, inflação crescente e agora uma seca no verão europeu. Esses fatores são os principais responsáveis por deixar a maior economia da Europa à beira da recessão. Em meio a tudo isso, os críticos têm acusado Scholz de falta de liderança.


Seca atinge o rio Ribeira de Alge, em Portugal / Patrícia de Melo Moreira / AFP

Coalizão de governo impopular

A avaliação da coalizão de governo entre social-democratas, liberais e verdes obteve um resultado igualmente ruim. A pesquisa apontou que 65% dos alemães externaram uma avaliação negativa sobre o trabalho do governo federal, ante 43% em março. Apenas 27% afirmaram estar satisfeitos com o governo; em março eram 44%.

A pesquisa pediu aos entrevistados uma avaliação geral do trabalho da coalizão tripartidária, e não uma avaliação sobre tópicos específicos. Além disso, os entrevistados não tiveram a opção de explicar e justificar por que aprovavam ou desaprovavam o trabalho do governo federal.

Enquanto isso, os conservadores, que após 16 anos de governo Merkel agora estão na oposição, parecem ganhar pontos com os eleitores. Na tendência semanal publicada todo domingo no tabloide Bild am Sonntag, a CDU e sua legenda-irmã na Baviera, a União Social Cristã (CSU), alcançaram 28% de aprovação na último edição. 

Esse resultado coloca os conservadores sete pontos percentuais à frente dos verdes, que caíram um ponto percentual e obtiveram 21%. O SPD manteve-se com 19%, enquanto o FDP caiu um ponto percentual para 8%.