Mais de 60 famílias que moram no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira, no município de Macaé, na região norte fluminense do Rio, estão mobilizadas para reconstruir o assentamento após o incêndio que atingiu o local na última semana.
O fogo, que teve causas naturais segundo o Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), destruiu moradias, unidades de produção agroecológica, pastagem, além do sistema elétrico e de abastecimento de água.
Leia mais: Incêndio destrói casas e produção de assentamento da reforma agrária em Macaé (RJ)
De acordo com os moradores, a prioridade da campanha de solidariedade é atender as famílias desabrigadas. Cinco casas de madeira foram completamente tomadas pelas chamas, outras ficaram parcialmente destruídas.
Contribuições em dinheiro podem ser repassadas pelo Pix 05805135728 ou por depósito na conta corrente do Banco do Brasil, agência 5768-1; CC 12516-4. Os pontos de arrecadação são o Armazém do Campo RJ, no centro do Rio, e na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Rio das Ostras.
Elza Maria, moradora do PDS, afirma que o assentamento conta com a união para enfrentar as dificuldades desse momento. "Todos aqui perderam alguma coisa e pra gente é muito difícil recuperar. Mas com a ajuda de todos, vamos sim recuperar. Temos equipes que fazem a anotação do que entra e distribui para as famílias que mais precisam, que infelizmente perderam tudo", disse.
As famílias também já planejam o replantio de árvores para recuperar o terreno devastado pelo fogo. "Estamos analisando e planejando de forma coletiva o reflorestamento, que a gente já vinha fazendo, mas agora precisamos ainda mais que esse solo prejudicado ganhe vida pra gente reerguer o assentamento o quanto antes", completa Elza.
Leia também: "Assentamento do MST em Macaé (RJ) se opõe à 'terra atrasada' Bolsonaro", aponta advogada
Há mais de 10 anos, o PDS Osvaldo de Oliveira ocupa um território de 1,6 mil hectares e é referência na produção de alimentos agroecológicos no estado do Rio. Em áreas de produção coletiva, os camponeses plantam abóbora, aipim, banana, verdura, batata-doce e feijão e escoam as produções para feiras dentro e fora do município de Macaé.
Após um longo processo de luta contra uma reintegração de posse, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, manter as famílias no assentamento do MST.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Clívia Mesquita