O vice-presidente do Partido Nacionalista da China (KMT), Andrew Hsia, está em viagem à parte continental da China e planejou se encontrar com o diplomata chinês Zhang Zhijun nesta quarta. Desde 2018, Zhang chefia a Associação Chinesa para Relações Através do Estreito de Taiwan (ARATS na sigla em inglês), uma organização criada pela República Popular da China para tratar de assuntos técnicos e comerciais entre o continente e a ilha chinesa.
O possível encontro entre Hsia e Zhang tem sido sendo condenado pela mídia de Taiwan e apoiadores do governo da ilha, de estar dando “um sinal equivocado ao mundo sobre o status atual” das relações entre China e a ilha de Taiwan. Hsia partiu em viagem no último dia 10 e enfatizou que se concentraria em realizar reuniões com empresários de Taiwan na China mas que não se furtaria de participar de encontros com autoridades da China, caso fosse convidado.
Zhang Zhijun, antes de chefiar a ARATS, foi ministro do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China. Na prática, o encontro do vice-presidente do KMT, Andrew Hsia, com Zhang sinaliza uma disposição por parte dos nacionalistas em dialogar com o continente.
Enquanto isso, o governo encabeçado por Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista (DPP) parece se esforçar em aumentar as tensões com a China, violando constantemente o princípio de Uma Só China reconhecido por ambos os lados do Estreito de Taiwan, recebendo desde Nancy Pelosi à uma delegação de legisladores do Japão na última segunda (22).
A visita de Keiji Furuya e Minoru Kihara, ambos deputados pelo partido do governo, o Partido Liberal Democrata (LDP), e membros do lobby revisionista pró-restauração imperial, Nippon Kaigi, foi vista como provocativa e abominável, uma vez que o Japão invadiu e colonizou partes da China na virada do século XIX e o XX durante sua campanha imperial, dentre os quais estava a Ilha de Taiwan.
