O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou nesta sexta-feira (26) que a retomada do acordo nuclear com o Irã está cada vez mais próxima. Para ele, as inspeções técnicas feitas pela AIEA "estão no interesse de todas as partes" e é apenas "uma questão de vontade política".
"Depois de meses e meses de negociações, parece que as partes estão mais próximas do que nunca ao fechamento do acordo. Acredito que essa seja uma oportunidade que dará também um nível de acesso de verificação necessário dado o tamanho, a ambição e a dimensão do programa nuclear iraniano", afirmou Grossi à rádio francesa RFI.
O documento, conhecido como Joint of Comprehensive Plan of Action (JCPOA), foi assinado em 2015 pelos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) mais a Alemanha, com intermediação da União Europeia.
Mas, em 2018, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou a nação do pacto e reimpôs sanções unilaterais contra Teerã.
Leia também: O que esperar sobre as relações entre EUA e Irã com a gestão de Joe Biden?
Desde então, os iranianos passaram a aumentar o enriquecimento de urânio. Além disso, o governo determinou o fim do monitoramento remoto por câmeras da AIEA nas maiores plantas nucleares nacionais como protesto após as críticas realizadas pela agência contra o país.
Porém, a partir do ano passado, sob a gestão de Joe Biden, há conversas formais entre as partes para uma retomada do documento.
No último dia 8 de agosto, a União Europeia encaminhou um rascunho final das negociações para todas as partes envolvidas analisarem e enviarem seus pareceres.
Segundo informações oficiais, os EUA já enviaram as suas análises ao bloco europeu e para Teerã. Não há um prazo formal para que todas as partes respondam o documento.