O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com aliados políticos no Rio de Janeiro na manhã desta sexta-feira (26), um dia após ser entrevistado na bancada do Jornal Nacional, da Rede Globo.
No evento, ele afirmou que a "guerra nas favelas" não acontece por "falta ou excesso de polícia", mas sim pela ausência do Estado em funções sociais. Segundo dados do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF), a capital fluminense registrou três das quatro operações policiais mais letais de toda a história durante o governo de Cláudio Castro (PL).
"Precisamos recuperar o simbolismo das coisas boas do Rio de Janeiro para que as pessoas não tenham medo de vir aqui porque o noticiário fala que tem violência, guerra na favela, guerra não sei aonde. Quando na verdade todas essas guerras acontecem não por falta ou excesso de polícia. Essas guerras acontecem porque não existe o Estado presente cumprindo com suas funções sociais", disse o candidato petista ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano.
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"Se o Estado estivesse nas comunidades com educação, saúde, emprego, coleta e tratamento de esgoto, asfalto, luz elétrica, educação de tempo integral, área de lazer, centros de cultura, ou seja, se o Estado ocupasse o espaço da comunidade com coisas para a sociedade se movimentar, certamente a polícia seria apenas mais um instrumento do Estado dentro daquela comunidade. E não um instrumento que só aparece na hora que tem que atirar em alguém", criticou o ex-presidente.
Na reunião desta sexta (26), Lula também recebeu do deputado federal Marcelo Freixo (PDB) e tratou sobre seu programa para o governo do Rio. Além do candidato a governador, também participaram do encontro o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de Lula; o deputado estadual André Ceciliano (PT), candidato ao Senado; e a presidenta do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann.
Evangélicos
No seu discurso, Lula disse que não mistura política com religião, mas pretende voltar ao Rio para dialogar especialmente com os evangélicos e citou leis criadas nos governos do PT que asseguram a liberdade religiosa.
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"As pessoas não sabem que quem criou a lei da liberdade religiosa foi o meu governo em 2003. É preciso que a gente diga para os evangélicos que o Dia Nacional da Marcha para Jesus foi feito por nós em 2009. Que o Dia Nacional do Evangélico foi criado em 2010 ainda no meu governo. E o Dia Nacional do Evangelho, foi no governo da Dilma", elencou.
Segundo o candidato, estão previstas agendas na Baixada Fluminense e em São Gonçalo, na região metropolitana, para tratar sobre religião.
"É preciso desmistificar essa crítica que determinadas pessoas de má fé, mentirosas, tentando transformar a religião em partido político, andam falando pelo Rio de Janeiro. Tenho interesse de vir e fazer um grande debate com evangélicos e discutir o Brasil, emprego, salário, a fome, a cultura, a situação da mulher brasileira que hoje é duplamente sofrida".
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Clívia Mesquita