Eleições 2022

Confira como foi a propaganda eleitoral dos presidenciáveis na TV neste sábado (27)

Lula, Jair Bolsonaro, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Ciro Gomes têm direito ao horário eleitoral na TV

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Lula (PT) é o candidato com maior tempo de TV - Reprodução

O horário gratuito da propaganda eleitoral em emissoras de rádio e televisão começou nesta sexta-feira (26) e segue até 29 de setembro. No primeiro dia, apenas os candidatos a governador, deputado estadual (ou distrital) e senador tiveram direito a aparecer nas emissoras. Neste sábado (27), foi a vez de candidatos a presidente da República e a deputado federal. 

Os programas eleitorais dos candidatos a presidente são exibidos aos sábados, terças e quintas-feiras. A exibição será dividida em dois blocos: no rádio, de 7h às 7h12 e de 12h às 12h12; na TV, de 13h às 13h12 e de 20h30 às 20h42. 

Confira os principais pontos tratados pelos candidatos neste sábado: 

Soraya Thronicke (União Brasil) 

O horário começou com a candidata Soraya Thronicke (União Brasil) destacando a crise econômica. A senadora pelo Mato Grosso do Sul disse que não admitia “chamar a fome de insegurança alimentar” bem como os mais pobres de “menos favorecidos”. “A gente tem que acabar de vez com a pobreza”, disse. “Eu encaro esse desafio de corpo, alma e coração”, concluiu a candidata. 

Lula (PT)  

A parlamentar foi seguida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja propaganda misturou relatos de brasileiros, imagens do Brasil com informações sobre o contexto social e falas do ex-presidente.  

O comercial focou primeiro em se colocar como a alternativa ao governo Bolsonaro, trazendo uma dicotomia entre a vida e a morte. Logo depois, Lula afirmou que é um “grande prazer reencontrar” o eleitor. Mas que a alegria só não é completa devido à crise econômica. “Nesse exato momento, milhões de irmãos e irmãs não têm o que comer. Os preços não param de subir”, disse. Depois, questionou: “Como é que esse país retrocedeu tanto?”. O candidato também lembrou os seus dois mandatos anteriores, entre 2003 e 2010, afirmando que o Brasil pode ser “mais justo”. “Já fizemos uma vez e faremos outra vez”, completou. 

O candidato à vice-Presidência na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), também apareceu no comercial. O ex-governador de São Paulo pontuou que mesmo que ambos não pensem igual, o “desejo de reconstruir o Brasil e melhorar a vida das pessoas” se sobrepõe, fazendo um claro aceno à união democrática. 

Simone Tebet (MDB) 

A candidata Simone Tebet destacou a sua formação acadêmica e profissional e os cargos públicos que já ocupou. A senadora enfatizou, inclusive, a sua atuação na CPI da Covid, na qual afirma que lutou “pela vacina no braço dos brasileiros”. 

A emedebista também fez questão de se colocar como a opção da chamada terceira via: “Enquanto eles brigam, vou trabalhar sério, assumir compromissos e fazer propostas para mudar de verdade a vida dos brasileiros. Comida mais barata, saúde, educação, emprego e oportunidades. Eu sou Simone Tebet e com amor e com coragem, vamos mudar o Brasil de verdade”, disse. 

Jair Bolsonaro (PL) 

O comercial de Jair Bolsonaro (PL) começou com a voz de um homem destacando a simplicidade do presidente, com o som do hino nacional ao fundo. “Um home simples, verdadeiro, honesto. Bolsonaro é direto: fala o que pensa e fala o que sente”, disse a voz.  

Após os elogios ao Bolsonaro, o presidente afirmou que seu comercial terá “a verdade acima de tudo” ao dizer que continuará seguindo “o nosso João 8:32” (E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará)". 

Bolsonaro afirmou que pegou o Brasil com sérios problemas morais, mas que aos poucos foi “arrumando” o país. Disse, no entanto, que a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia foram um desafio ao seu governo. “Tivemos uma guerra que todos sabem das consequências para o mundo todo”, disse. 

Em 2022, em suas palavras, “tudo começou a voltar à normalidade. O preço dos combustíveis foram lá pra baixo e os empregos voltam a crescer de forma cada vez mais robusta”. Logo ao final, disse que o Auxilio Brasil será mantido. 

Ciro Gomes (PDT) 

Com pouco tempo de TV, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) começou o seu horário afirmando que “tem coisa errada para todo lado”. 

“Entrar em supermercado hoje em dia é levar susto atrás de susto com o preço das coisas A verdade é uma só: no Brasil de hoje, a vida só melhora para os ricos e para determinados tipos de políticos, os oportunistas. É esse sistema que eu quero mudar. Talvez exatamente por isso eu tenho o menor tempo na televisão. Mas isso é muito pouco, porque eu tenho o principal, um projeto capaz de conquistar o coração da maioria das brasileiras e dos brasileiros”, afirma Gomes. 

Ao final, a esposa de Ciro Gomes, Giselle Bezerra, convida o eleitor a assistir o horário eleitoral noturno, no qual haverá uma “surpresa”. 

Spots 

Além da propaganda eleitoral, os candidatos têm direito aos chamados spots: comerciais na TV de 30 ou 60 segundos que podem ser exibidos entre segunda e domingo, de 5h a meia noite, sem horários definidos. Nesta sexta-feira (26), apenas quatro candidatos à Presidência tiveram pílulas exibidas: Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil). Ciro Gomes (PDT), Felipe D’Ávila (Novo) e Roberto Jefferson (PTB), que também têm direito às pílulas, não divulgaram.  

O ex-presidente focou suas considerações na crise econômica e seus efeitos sobre a população brasileira. Em um dos vídeos, o petista falou em “abrasileirar” o preço dos combustíveis ao questionar a atual política de preços da Petrobras, o Preço de Paridade Internacional (PPI), que leva em consideração a cotação dos combustíveis em dólar para precificar o preço no Brasil. 

“Meus amigos e minhas amigas, alguém aí na sua casa ganha em dólar? Seu salário sobe quando o dólar sobe? Então porque a Petrobras está reajuste o preço do combustível em dólar? Lutar para abrasileirar o preço dos combustíveis é o compromisso do PT”, disse. 

Em outro spot, o partido responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro por 400 mil das quase 700 mil mortes de brasileiros por covid-19. “Bolsonaro debochou da pandemia que matou 670 mil brasileiros. 400 mil vidas poderiam ter sido salvas”, diz o vídeo, seguido pelo som de Bolsonaro imitando um paciente com falta de ar. 

Já o atual mandatário utilizou as inserções para falar do Auxílio Brasil e do fim do Bolsa Família. "Com o apoio do Congresso Nacional, elevamos o valor, [do Auxílio Brasil] para R$ 600. E mais: esse valor será mantido no ano que vem dentro da responsabilidade fiscal”, afirmou. Em outro vídeo, o partido apresentou um jingle de elogio ao Auxílio Brasil. 

Edição: Raquel Setz