O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (31), para pedir que seja feita uma investigação sobre a compra de imóveis pela família Bolsonaro que teriam sido adquiridos em dinheiro vivo.
O caso estourou na manhã de terça (30), por meio de uma reportagem publicada pelo UOL, e se tornou o mais novo escândalo envolvendo o clã, que desde os anos 1990 negociou pelo menos 51 imóveis com uso de valores em espécie. A apuração do veículo inclui o patrimônio arregimentado pela família no Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília, abrangendo os três filhos mais velhos, a mãe, cinco irmãos e duas ex-esposas do presidente.
A denúncia mostra que a família fez repasses cujo montante foi de R$ 13,5 milhões, o que daria R$ 25,6 milhões em valores atualizados. Além disso, pelo menos 25 imóveis cuja forma de pagamento não é possível saber se tornaram alvo de apurações do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Distrito Federal.
Diante das informações reveladas pela UOL, Randolfe pediu à Justiça que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus familiares sejam convocados para prestar depoimento a respeito do caso, para o qual o parlamentar também solicita a adoção de “medidas cautelares”. Entre elas, o líder da oposição sugere bloqueio de contas, busca e apreensão de telefones celulares e computadores, perícia nesse material tecnológico e “a imediata publicidade sobre os conteúdos que digam respeito ao manifesto interesse público”.
“O salário de um parlamentar não justifica esse patrimônio milionário, por isso é direito de todos os brasileiros a transparência sobre o uso indevido do dinheiro público”, afirmou Randolfe em nota à imprensa, ao pedir urgência na investigação do caso e “reparação de eventuais danos ao erário”.
Bolsonaro
Segundo texto publicado pela UOL na noite de terça (30), ao ser procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o presidente não se manifestou junto à reportagem quando foi questionado sobre o motivo da preferência da família pelas compras em dinheiro vivo.
Na mesma data, Bolsonaro se irritou ao ser questionado por jornalistas a respeito do assunto. "Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel? Eu não sei o que está escrito na matéria. Qual é o problema?", provocou o presidente.
Edição: Rodrigo Durão Coelho