Eu abaixaria os preços e construiria casas de tijolos para as pessoas
As prioridades para o país nos próximos quatro anos serão definidas nas eleições de outubro de 2022, quando adolescentes e adultos irão às urnas para eleger o presidente da república, os governadores dos estados e os parlamentares para o Congresso Nacional. Mas, apesar de não votarem, o que as crianças pensam sobre as demandas do país e as propostas dos candidatos?
Com essa pergunta em mente, a edição de hoje (7) do Radinho BdF ouviu crianças de comunidades ribeirinhas, quilombolas, favelas e grandes centros urbanos do país para entender, pelo ponto de vista delas, quais as prioridades para o Brasil.
“Se eu fosse presidente eu ia melhorar o saneamento básico, reduzir o preço da comida, da gasolina e de outras coisas importantes e ajudar as pessoas com deficiência. Eu também faria programas para auxiliar quem tem fome”, diz Gabriel de Queiroz, que tem 11 anos e mora em Recife.
Alimentação, controle de preços, saúde, educação, proteção ao meio ambiente e segurança são demandas das crianças e responsabilidades dos nossos governantes. Depois de eleitos, eles devem colocar em prática uma série de ações e projetos para melhorar a vida das pessoas.
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“Eu abaixaria os preços, construiria casas de tijolos para as pessoas e ajudaria as crianças que vivem nas ruas. Eu também melhoraria os parquinhos, para que todos pudessem brincar com segurança”, diz Giovanna Fortunato, de 10 anos, moradora da favela de Heliópolis, em São Paulo.
Locais diferentes, demandas comuns
Apesar de o Brasil ser uma nação de dimensões continentais, com muita diversidade, grande parte problemas sociais, econômicos e ambientais se repetem em todas as regiões do país. Nestes casos, é fundamental que haja ações dos governantes, baseadas em leis, para contar as crises.
Entre todos os desafios, os governantes devem ter um estreito compromisso com as crianças. De acordo com a Constituição Federal do Brasil, meninos e meninas são prioridades absolutas e deve ser levada em conta para qualquer decisão política.
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Mas será que os candidatos estão preocupados com o bem-estar das crianças? Para saber quais ideias eles estão propondo para o público infantil, é preciso verificar o plano de governo de cada um. Neste documento, cada candidato apresenta as ações que colocará em prática no seu governo, se for eleito.
Na hora do voto
Votar significa também fazer valer sua vontade e seus interesses. Por isso, as eleições são consideradas um dos eventos mais importantes do regime político vigente no Brasil: a democracia. Nela, são os cidadãos que escolhem, por meio do voto, quem vai governar o país, o estado e também a cidade. Os candidatos mais votados assumem o cargo e devem trabalhar pra melhorar a vida das pessoas.
Pela legislação brasileira, o voto é obrigatório para quem tem mais de 18 anos e sabe ler e escrever. Quem já completou 16, tem mais de 70 anos ou não é alfabetizado pode escolher votar ou não.
Uma eleição, muitos cargos
Na eleição de outubro, o eleitor brasileiro vai escolher o presidente da república, o governador do estado onde vive e os deputados e senadores que o representarão na Câmara e no Senado.
O principal responsável pelas decisões políticas do Brasil é o presidente. Ele é o responsável por defender os interesses do país frente a outras nações e por cuidar e proteger o meio ambiente.
Atualmente quem está nesse posto é o Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição com outros 11 candidatos. Além dele, os mais bem colocados nas pesquisas eleitorais são o Lula, que lidera o ranking, o Ciro Gomes e a Simone Tebet.
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Mas o presidente não governa um país sozinho: ele forma uma equipe de ministros, secretários e a assessores, que vão trabalhar juntos para criar projetos para a população. O eleito também manterá conversas constantes com senadores, deputados e governadores.
Vale atentar que cada um dos estados brasileiros tem um governador. Ele também é responsável por cuidar das pessoas e do meio ambiente na sua região. Já os senadores e os deputados são responsáveis por propor e aprovar as regras que vão valer no país.
É importante lembrar que os governantes eleitos não podem fazer tudo o que quiserem. Eles também tem que seguir uma série de regras e leis, que ajudam a garantir que a vontade do povo esteja acima dos interesses pessoais dele.
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“Pelas eleições vemos que as pessoas têm opiniões diferentes. É fundamental que as crianças percebam a vantagens de ter pessoas com pontos de vista diversos buscando consensos. Elas tem a oportunidade de perceber que pelo debate respeitoso é possível melhorar as coisas”, diz o professor de ciência política, Rafael Araújo.
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Hora da diversão
Além do papo sobre política, as crianças embarcam nas eleições mirins do Radinho com muita música e diversão. A Vitrolinha BdF põe para tocar Titãs, com “Comida”, e Arnaldo Antunes, com “Pequeno Cidadão”.
Para conhecer de perto como funciona o período eleitoral, o arte-educador Victor Catagesso conta “A Eleição dos Bichos”, uma história sobre o que aconteceu em uma certa floresta depois que o rei, o leão, decidiu desviar a água do rio para construir uma piscina para ele.
Na hora da brincadeira, os ouvintes são convidados a lembrar de direitos que possuem jogando o “Stop da Cidadania”.
Sintonize
O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.
Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.
Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].
O material é produzido pela equipe do Brasil de Fato e conta com aconselhamento de Juliana Doretto, professora da PUC de Campinas que estuda como as crianças e jovens aparecem nas notícias.
Edição: Camila Salmazio